Propostas de melhorias para a educação, assistência e saúde pública de pessoas com deficiência foram elencadas durante a 2ª Conferência Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência de Camboriú. Cerca de 150 pessoas, entre deficientes, representantes de entidades locais e membros do Poder Executivo e Legislativo, compareceram no evento. A Conferência, organizada pelo Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência, em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento e Assistência Social, foi realizada nesta sexta-feira, dia 22, no plenário da Câmara de Vereadores de Camboriú.
2ª Conferência dos Direitos da Pessoa com Deficiência reúne cerca de 150 pessoas em Camboriú
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Todas as propostas serão encaminhadas aos órgãos e setores públicos competentes para que sejam estipuladas ações de mudança. A presidente do Conselho, Lucimar Machado Cainelli, a Lucinha, acredita que os pontos de melhorias ressaltados podem ser alcançados – mesmo que não a curto prazo. “É uma mudança gradativa. Não vai ser hoje, nem amanhã. Mas vamos voltar nessa discussão toda hora até que haja realmente a inclusão da pessoa com deficiência em todos os âmbitos sociais”, ressalta.
Para fomentar a discussão, o evento contou com a participação de representantes da Associação Amor pra Down, da Associação de Pais e Amigos do Autista (AMA Litoral) e da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Camboriú. A secretária de Desenvolvimento e Assistência Social, Andréia de Souza Machado, agradece a participação da comunidade e comenta que é por meio da participação pública que se instauram as mudanças. “Como iremos saber o que melhorar em alguma situação, se não ouvirmos quem passa por isso? Reunir pessoas com deficiência e profissionais que trabalham com essa realidade fortaleceu a discussão, além de alcançar os propósitos iniciais”, finaliza.
Inclusão é princípio que norteia
“O desafio é incluir, não integrar”. Essa foi a fala mais aplaudida de Odimar Lorenset, professor do Instituto Federal Catarinense (IFC) e um dos palestrantes que antecederam os debates da Conferência, quanto aos principais desafios para melhorias do contexto de pessoas com deficiência em sociedade. “Vamos pegar a educação como exemplo. O certo é manter tudo junto e misturado. O deficiente é uma força maior. A gente aprende com ele. Mas, mesmo assim, nós os apartamos. Não basta ter coração bom e boa vontade. Precisamos de um atendimento educacional especializado, feito por profissionais aptos, só que lado a lado com aqueles sem deficiência”, enfatiza.
Além da fala de Lorenset, outras duas palestras foram ministradas antes do debate nos eixos. O secretário de Saúde do município, Ronnye Peterson Nasser dos Santos, apresentou o contexto da saúde pública para pessoas com deficiência em Camboriú. Já a assistente social e coordenadora do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), Rose Neide Pagliosa, tratou dos direitos legais de um deficiente.