Aeroportos de SC receberam 195 mil passageiros a menos em 2016

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Os seis aeroportos de Santa Catarina registraram queda de 3,13% em embarques e desembarques no ano passado, equivalente a 195,4 mil passageiros a menos do que em 2015. Os dados são da Infraero, da prefeitura de Chapecó e da RDL Aeroportos.

O cenário foi bem diferente do observado em 2015, quando o turismo no Estado foi beneficiado pela crise. Naquele ano, com o orçamento apertado, as famílias que viajavam para o exterior acabaram optando por destinos nacionais, o que fez a movimentação crescer 4,54% nos aeroportos do Estado em relação a 2014.

Em 2016, no entanto, o aprofundamento da recessão e a crise fiscal em Estados importantes para o turismo catarinense, como é o caso do Rio Grande do Sul, abalaram a movimentação em SC.

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Com exceção de Jaguaruna, inaugurado em 2014 e ainda em expansão de operações, os outros cinco aeroportos registraram queda. A mais intensa foi em Criciúma, de 23,9%, afetado pela transferência de parte das operações para Jaguaruna. Em seguida, aparecem Chapecó (-5,89%) e Florianópolis (-4,37%). No Brasil, a redução foi de 7%.

Hotéis e pousadas têm taxa de ocupação modesta 

Também causou decepção em empresários catarinenses a movimentação nos hotéis e pousadas. Em 2016, houve aumento de apenas 1,48% na taxa de ocupação, enquanto nos anos anteriores o crescimento ficava entre 10 e 15%, segundo o diretor presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis em SC (ABIH-SC), Osmar Vailatti. De acordo com ele, o AirBnB, plataforma em que é possível alugar diretamente com proprietários, concorre com a rede hoteleira, mas não chega a ter um efeito significativo para abalar os resultados dessa forma.

– Neste ano estamos vendo uma coisa nova: clientes pesquisando preços nos balcões dos hotéis. Antes, não existia isso, as reservas eram feitas com muita antecedência. O empresário está fazendo o que pode, negociando tarifas, dando brindes, tudo para não perder o cliente – diz Vailatti.

O final de ano foi especialmente decepcionante para o turismo. No Natal, houve queda de 19% na taxa de ocupação hoteleira em paralelo com a mesma data do ano anterior, e no Réveillon, de 5%. Nos aeroportos, a queda em dezembro foi de 5,02% em relação ao mesmo mês de 2015.

De acordo com a pesquisa da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), 92% dos empresários deste segmento afirmaram que não houve melhora no número de clientes no Réveillon de 2016 em relação a 2015. Para grande parte, 72,2%, esta virada foi pior (com 15% de redução de clientes) ou muito pior (mais de 15% de queda) que a anterior.

Com dezembro ruim, a temporada de verão fica abalada. Os donos de bares e restaurantes apostam no mês de janeiro – e nos argentinos – para salvar a temporada, mas o presidente da ABIH-SC não é tão otimista:

– Tudo indica que teremos taxa de ocupação em janeiro entre 10% a 15% menor que no ano passado.

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