Ameaça de nova greve é NOTÍCIA FALSA

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O povão voltou a entrar em desespero, ontem, depois de receber via Whatsapp um suposto comunicado oficial dos “líderes dos caminhoneiros”. No aviso, as tais lideranças pedem para que a população estoque alimentos em casa e encha o tanque de combustíveis dos veículos pois voltaria a acontecer uma greve. A convocação, no entanto, é fake.
Até ontem, nenhuma das grandes entidades que puxaram a greve dos caminhoneiros fez qualquer convocação de paralisação.

O que pode acontecer é uma concentração de caminhoneiros autônomos em Brasília, para pressionar o governo a reduzir ainda mais o óleo diesel e também baixar o preço da gasosa.
Até mesmo Wallace Landin, o Chorão, um dos caminhoneiros apontado como líder de uma parte dos grevistas, chegou a postar vídeo pedindo que primeiro os motoristas autônomos fizessem a entrega das mercadorias para não prejudicar a população e somente depois fossem para Brasília.

Na quarta-feira, Chorão chegou a pedir aos autônomos que desfaçam os bloqueios pelo Brasil e botem os brutos na estrada. “(…) Descarregem seu caminhão para a população não pagar, que a população não tem culpa. Nos ajudou até agora”, disse.
Depois ele faz a convocação para a concentração em Brasília. “Nós precisamos colocar 50 mil caminhões aqui dentro, cavalinho, o que seja”, diz, referindo-se aos caminhoneiros autônomos.

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Mesmo que Chorão consiga levar 50 mil caminhões a Brasília, esse número não representa nem 3% da frota brasileira. Segundo o consultor em logística e transportes Carlos Augusto Silva, professor da Univali, a frota no Brasil é de 1,7 milhão de caminhões, incluindo autônomos, de transportadoras e pertencentes a empresas que levam a própria carga.
Além disso, o governo vem cumprindo até agora todos os itens que negociou com caminhoneiros. Entre eles, a tabela de frete mínimo, a definição da redução do preço do diesel, a não cobrança de multas judiciais e a não cobrança do eixo-levantado nos pedágios.

Não voltam ao piquete
O caminhoneiro Genir Faita, um dos líderes da greve em Itajaí, disse ontem ao DIARINHO que não voltarão a fazer o píquete na frente da base da Petrobras. “Houve muita pressão em cima da gente, com as liminares e com as ameaças de multa. Esse país não tem mais democracia”, reclamou.
Jairo Domingos, que integrou o bloqueio do posto Santa Rosa, diz que, ontem, não mais que 40 caminhoneiros continuavam parados por lá. O bloqueio já chegou a ter perto de 500 veículos.

ANTT divulga tabela com preços mínimos do frete

A agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) publicou ontem as tabelas com os preços mínimos do quilômetro rodado nos fretes por eixo carregado.
O novo quadro de preços foi definido conforme os tipos de cargas e é dividido em carga geral, a granel, frigorificada, perigosa e neogranel. As tabelas valem durante seis meses.
A nova tabela estipu valores por quilômetro/eixo que variam de acordo com a distância percorrida.
A tabela completa de frete está disponível no site da ANTT: www.antt.gov.br.

Diesel baixa de preço a partir de 8 de junho nas refinarias

Uma das reivindicações dos caminhoneiros pra acabar com a greve nacional foi baixar o preço do óleo diesel em 46 centavos por litro. A medida já foi anunciada pelo governo e daqui a uma semana o combustível já sai das refinarias mais barato. O problema é que não se sabe como as distribuidoras e postos que tenham estoque de combustível comprado com o preço antigo, mais caro, vão se comportar na hora de vendê-los.
César Martinho Ferreira Júnior, secretário-executivo do sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Litoral e Região (Sincombustíveis), disse que ainda é uma incógnita se os donos de postos vão conseguir baixar o preço. “Tudo é novidade pra nós. Conforme as coisas forem acontecendo, nós vamos conversando. Baixou pouca coisa o diesel, e a gente não sabe como vai ficar isso aí”, comentou.
O prazo dado pelo governo pra subsidiar integralmente o valor do diesel, ou seja, baixar os 46 centavos prometidos, é até 8 de junho. A nova tabela valeria até 31 de dezembro.
Segundo o Ministério da Fazenda, não vai rolar interferência na rentabilidade das empresas e o custo do programa de subsídio do óleo diesel será arcado, integralmente, pelo governo.

Postos com estoque
Os Procons também não foram ainda orientados sobre esse problema. “A princípio, eles (donos de postos) não poderiam ter prejuízos. Até porque 46 centavos é mais do que a margem de lucro bruta deles. É inviável praticarem [o preço] com o estoque atual”, comentou Francisco Johannsen, fiscal do Procon de Itajaí.
Mas ainda não há uma definição final sobre isso.

Fonte: Diarinho

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