Assessor é exonerado após prisão em operação do GAECO contra ‘fura fila’do SUS

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O assessor parlamentar Selmir Paulo Bodanese foi exonerado na quinta-feira (2) do gabinete do estadual Valdir Cobalchini (MDB) após prisão na Operação Emergência, que prendeu nove pessoas suspeitas de integrarem uma organização criminosa que fraudava a situação de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) para “furar fila” na lista de procedimentos cirúrgicos no Oeste catarinense. O Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) considerou Selmir, que já foi secretário de Saúde de Rio das Antas, como principal articulador do esquema. A mulher dele, Zélia Cardoso dos Santos, também foi presa. A defesa dos dois afirma que não há nenhuma prova no processo que aponte a conduta delituosa apontada. Também foi preso o diretor do Hospital Maicé, Sérgio José Schimitz Junior. Em nota, a Diretora Geral da unidade hospitalar disse que está ajudando nas investigações pra esclarecer os fatos e apurar os responsáveis. Outros profissionais de saúde foram detidos: Ricardo Chagas Bassan, Rogério Neves, José Roberto Queiroz, Sarah Cristina Chiesa Massoco e May Silvio Chagas da Silveira. A reportagem não conseguiu contato com as defesas. O vereador de Caçador Márcio José Farrapo (MDB) também foi detido. A defesa não foi encontrada. As nove pessoas estão presas temporariamente da Unidade Prisional Avançada de Caçador. Entre os crimes praticados e apurados pela operação estão formação de organização criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação, falsidade ideológica, falsidade de atestado médico e fraude em licitação.

Esquema

De acordo com o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), a maioria das cirurgias era realizada no Hospital Maicé, de Caçador no Meio-Oeste. A suspeita é que a fraude tenha ocorrido em 11 cidades. Segundo a investigação, pacientes que aguardavam na fila para fazer cirurgias eletivas, aquelas que não são tão urgentes, pagavam para intermediários para fazer a fraude e agilizar o procedimento. “Mediante pagamento que se entregava através desse operador, o operador tinha acesso a equipes médicas de determinadas regiões, principalmente na região lá de Caçador [Oeste]. E o paciente era encaminhado para o hospital, dependendo onde o médico estivesse atuando, e eles, então, burlavam o sistema ao fabricar uma situação de emergência para que o paciente entrasse antes de todos e recebesse o tratamento que lhe era necessário”, explicou o promotor de Justiça Alexandre Graziotin. Também foram cumpridos 38 mandados de busca e apreensão em cidades do Oeste e da Serra catarinense: Caçador, Lebon Régis, Ibiam, Timbó Grande, Ibicaré, Videira, Rio das Antas, Calmon, Santa Cecília, Faxinal dos Guedes, Ponte Serrada e Balneário Camboriú.
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