Avanço da chikungunya preocupa o Ministério da Saúde

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Classificada pelo ministro da Saúde, Ricardo Barros, como o pior problema de saúde que o Brasil deverá enfrentar no próximo verão, a chikungunya já mostra o poder de disseminação antes mesmo da chegada da estação. Dados do Ministério da Saúde mostram que a doença causada pelo mosquito Aedes aegypti está presente em duas de cada cinco cidades brasileiras.

Se o verão de 2014/2015 foi marcado por uma epidemia recorde de dengue no país e o de 2015/2016 causou pânico pela descoberta da relação do zika com a ocorrência de microcefalia, a estação de 2016/2017 deverá, segundo especialistas, registrar uma explosão de casos de chikungunya se a circulação do vírus seguir a mesma tendência observada neste ano. Em Santa Catarina, foram confirmados 84 casos da doença em 33 cidades neste ano, sendo seis autóctones, contraídos dentro do Estado.

No Brasil, o número de notificações da doença passou de 38,3 mil, em 2015, para 251 mil em 2016. Neste ano, pelo menos sete Estados já registram índices epidêmicos do problema – mais de 300 casos por 100 mil habitantes —, todos no Nordeste.

Dimensionar com exatidão o alcance da epidemia esbarra nas limitações dos métodos diagnósticos. As semelhanças entre os vírus da chikungunya, zika e dengue e de alguns dos sintomas dificultam a criação de testes precisos e podem causar confusões quando o diagnóstico é feito somente por avaliação clínica, prática comum em períodos epidêmicos.

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A chegada do vírus à região Sudeste neste ano também deve contribuir para que o próximo verão tenha mais registros.

Segundo dados do Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo, 62 das 645 cidades paulistas já tiveram casos confirmados da doença em 2016. Considerando também as suspeitas, são 298 municípios do Estado.
Uma das principais preocupações com a expansão da doença é que ela pode ser incapacitante.

— É uma doença que pode afetar a pessoa por um ou dois anos e não há tratamento eficiente para a artrose crônica que ela causa – explica o virologista e professor de Infectologia da Unifesp, Celso Granato.

(Por JORNAL DE SANTA CATARINA)

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