Capacitação para entidades que aplicam medidas socioeducativas começou em Camboriú

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O primeiro encontro da capacitação programada para a rede de entidades que acolhem adolescentes infratores em medidas socioeducativas foi realizado na tarde desta quarta-feira, dia 21, no auditório da Prefeitura de Camboriú. Com foco na informação e sensibilização, o encontro abordou o histórico das políticas da criança e adolescente no Brasil e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). A capacitação é oferecida pelo Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) e tem como público os servidores de secretarias municipais, associações e ONGs que possam receber adolescentes que cometeram ato de infração para cumprimento de medida socioeducativa.

Rubia Costa da Silva, presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, destaca a importância da formação conjunta entre os órgãos do governo e entidades não governamentais. “É importante debater sobre o tema para sensibilizar e também humanizar o atendimento aos adolescentes, e de maneira conjunta para que todos fiquem alinhados e que o trabalho realmente aconteça em rede”, defende.

Quem ministrou a capacitação foi o sociólogo Guilherme Cechelero, que atua há 16 anos na área dos direitos da criança e do adolescente e há sete anos também se dedica a compartilhar saberes por meio de formações como essa. “O objetivo é ter uma rede sensibilizada e informada, que entenda como fazer medida socioeducativa”, explica.

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Segundo o educador, há uma visão equivocada no senso comum de que quanto mais o adolescente sofrer, mais efetiva está sendo a punição.  “A gente muda o ser humano com humanidade, não com castigo corporal e dor. O adolescente que cometeu infração, qualquer que seja, deve ser responsabilizado ao mesmo tempo em que é educado. Para quem vai acompanhá-lo não interessa o que ele fez, interessa que vai ajudá-lo de alguma forma”, defende.

Entre os fatores para uma boa experiência de medida socioeducativa, diz Guilherme, está compartilhar experiências com o jovem, perceber seu contexto de vida, o que ele sofre e as oportunidades que lhe faltam. Nos próximos encontros – agendados para os dias 4 e 19 de julho –, a formação discutirá o perfil do adolescente, inteligência emocional e como trabalhar a medida socioeducativa na prática.

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