Chacina em hotel de Florianópolis foi motivada por vingança, diz Polícia Civil

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chacina que vitimou cinco pessoas, sendo quatro da mesma família, em Florianópolis foi motivada por vingança, disse a Polícia Civil neste sábado (11). O crime ocorreu em julho, em um apart-hotel em Canasvieiras, no Norte da Ilha. Dois suspeitos estão presos de forma temporária e um terceiro ainda é procurado.

“Vigança. Vingança por questão financeira”, disse o delegado Ênio Matos, da Delegacia de Homicídios.

As vítimas foram o empresário Paulo Gaspar Lemos, 78, e os três filhos dele: o empresário Leandro Gaspar Lemos, 44, Paulo Gaspar Lemos Junior, 51, que tinha deficiência intelectual, e Katya Gaspar Lemos, artesã que tinha 50 anos. Os bandidos também mataram Ricardo Lora, 39, sócio da família. Leandro era o único que não morava no apart-hotel.

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Além de dona do apart-hotel, a família teve ainda uma casa noturna na capital catarinense, uma produtora de eventos e uma corretora de seguros. Era dona também de uma revendedora de carros em São Paulo.

Paulo Lemos teria dívidas de mais de R$ 300 milhões, mas as investigações apontam que os criminosos quiseram se vingar de um débito de Leandro. “Era mais o filho. Mas aí acabaram levando tudo porque é a família. É aquilo que estava [escrito] lá [no local do crime]: ‘acabaram com nossa família, chegou a vez de vocês'”.

O pai era acusado na Justiça paulista por estelionato. Em Santa Catarina, chegou a responder pelo crime de calúnia, enquanto Leandro por apropriação indébita.

A polícia disse ainda que os assassinos não agiram a mando de ninguém e que a dívida de Paulo era com um deles. Uma funcionária que chegou a ser mantida refém no dia dos homicídios conseguiu fugir e sobreviveu.

“Facilitaram porque deixaram as amarras dos braços e das pernas fracas e ela conseguiu se desvencilhar e sair. Não sei por qual razão, mas deixaram a dela mais fraca. Seguramente porque não era da família”, disse Matos.

Prisões

Na tarde de sexta-feira (10) foi preso o primeiro suspeito, em Santana do Livramento (RS), fronteira com o Uruguai. O segundo foi preso neste sábado, em um apartamento do bairro Potecas, em São José, na Grande Florianópolis, depois de policiais terem passado a madrugada em campana.

As duas prisões são temporárias, por 30 dias. A polícia não revelou a identidade dos dois, mas diz que tem certeza do envolvimento deles no crime.

O segundo preso confessou que se baseou em um seriado de TV para cometer o crime.

Chacina

As vítimas foram rendidas no Venice Beach Apart Hotel, no dia 5 de julho, por três homens armados, encapuzados e usando luvas. Elas tiveram os pés e as mãos amarrados, foram torturadas e morreram por asfixia. Na fuga, os bandidos levaram três carros.

Uma funcionária do hotel, que também foi rendida, conseguiu fugir e chamou a polícia. Quando os policiais chegaram, por volta da 0h30, encontraram os corpos em cômodos diferentes: um na lavanderia do subsolo, dois no segundo andar e os outros no terceiro. Havia ainda gasolina espalhada pelo local e nas roupas das vítimas.

Criminosos deixaram recado em parede no local do crime (Foto: reprodução NSC TV)Criminosos deixaram recado em parede no local do crime (Foto: reprodução NSC TV)

No local do crime, os assassinos deixaram uma sigla da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), mas a polícia afirma que isso foi feito para atrapalhar a investigação. Em uma parede, os criminosos escreveram ainda: “Minha família foi justiçada. Enrolaram muita gente. Chegou a hora deles”. Em outra parede, foi pichado o número 171, artigo do Código Penal sobre estelionato.

Laudo do IGP ainda vai confirmar se as vítimas morreram asfixiadas com o fio encontrado amarrado no pescoço ou com os panos embebidos em gasolina que cobriam alguns rostos.

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