Confusão e irregularidades marcam o concurso para a Guarda Municipal de Itajaí

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O concurso público da Guarda Municipal de Itajaí, realizado no último domingo, está sendo alvo de diversas críticas por supostas falhas na organização. Foram cerca de 11 mil participantes que disputam 60 vagas.

A prefeitura confirmou que seis concorrentes foram eliminados após serem flagrados tentando entrar com celulares ou escutas no colégio Adventista, um dos 23 locais onde foi realizada a prova. Alguns aparelhos estavam escondidos nos calçados dos candidatos.
Os problemas foram além. Cerca de 30 pessoas teriam denunciado irregularidades. Entre as denúncias, há casos de candidato com fotos do cartão-resposta dentro de sala de aula e até gente que publicou nas redes sociais.

A publicação foi questionaram pela irregularidade, já que ao entrar nas salas os concorrentes deveriam entregar aparelhos eletrônicos ao fiscal de prova.
Outras denúncias apontam que fiscais teriam ajudado concurseiros nos corredores, durante a aplicação da prova, quando o candidato foi ao banheiro. Uma candidata de 33 anos, de Floripa, contou que colegas denunciaram conversas de candidatos por celular dentro de banheiros, em papo com pessoas de fora, justamente sobre as questões do concurso.
Ainda há denúncia de pessoas que teriam “colado” na prova, usando rótulos falsos de garrafinha de água.

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Uma candidata que fez a prova em Balneário Camboriú conta que recebeu o cartão de identificação trocado quando entrou na sala. O cartão dela estava com outra pessoa. A garota, que prefere não se identificar, disse que as provas não começaram no mesmo horário. Enquanto algumas salas iniciaram no horário determinado, outras foram autorizadas sete minutos depois. Ela contou que havia só dois detectores de metais no local de prova, facilitando a entrada de eletrônicos.

Pra ela, os problemas relatados colocam o concurso sob suspeita. “Estão suspeitando da idoneidade do concurso”, fala.
A assessoria do Ministério Público ficou de confirmar quantas reclamações foram feitas à promotoria, mas não deu essa informação até o fechamento desta edição.

Secretaria acompanha
O secretário municipal de Segurança, Francisco José da Silva, confirmou que seis pessoas foram eliminadas por estar com aparelhos eletrônicos não permitidos no local da prova.
Uma chegou a ser levada pela polícia Militar à delegacia. Ele disse que a secretaria acompanha o caso e vai esperar por informações da organizadora Unisociesc. “Todos os procedimentos foram cumpridos”, adianta, informando que o concurso tá em vigor com os prazos correndo normalmente.
Francisco disse que outros candidatos podem vir a ser eliminados caso venham a ser identificadas fotos do concurso em sala de prova. Para ele, não há risco de o concurso ser cancelado. O secretário destacou a experiência e a competência da instituição na organização de concursos. “Não vamos deixar pessoas com índole duvidosa manchar a imagem da instituição”, afirma.

22% deixaram de fazer prova
As provas do concurso rolaram na manhã de domingo em 23 locais distribuídos entre Itajaí e Balneário. Foram 40 questões que deveriam ser respondidas em até três horas.
As cidades receberam candidatos de diversas partes do país, como Belém (PA) e Belo Horizonte (MG), além de pessoas de outras cidades do estado, como Joinville e Florianópolis.
Dos cerca de 11 mil inscritos, 22% não compareceram nos locais da prova. Os candidatos aprovados ainda terão que passar por teste físico, avaliação psicológica, avaliação de saúde ocupacional e investigação social. Os selecionados serão treinados antes de atuar nas ruas. A remuneração base é de R$ 3.030,00.

Prazo do recurso administrativo
A assessoria de imprensa da Unisociesc, em Joinville, que foi quem fez e aplicou as provas, informou que os candidatos que não respeitaram as normas do concurso foram eliminados antes do início das provas.
O procedimento é comum nos concursos organizados pela instituição. De acordo com a assessoria, outras pessoas podem ser punidas, se forem identificadas e comprovadas as irregularidades.
A Unisociesc iria esperar o prazo de contestação administrativa da prova, de 48 horas após a avaliação, encerrado ontem, para repassar novas orientações.
A assessoria destaca que as queixas são comuns, especialmente em concursos concorridos e por candidatos que não foram bem na prova. As contestações costumam ser pedindo a anulação de questões, mas há casos em quem é pedida a anulação do concurso.

Revolta no Face
Pelo Facebook, vários candidatos se manifestaram. “Essa porcaria de prova tem que ser anulada. Mas tem que denunciar, entrar com recurso administrativo e levar pro MP”, escreveu uma participante.
Outra candidata listou os principais problemas. “Gente com fotos do gabarito, escutas, celular escondido, detector de metal ora usado ora não, postou.

 

Info: Diarinho

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