Missa de sétimo dia homenageia as 71 vítimas do acidente com avião da Chapecoense

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Sete dias depois da queda do voo 2933 da LaMia, cerca de duas mil pessoas se reuniram na Praça Coronel Bertaso, em frente à Catedral Santo Antônio, no Centro de Chapecó, para rezar pelas 71 vidas que se foram nos arredores de Medellín na madrugada de 29 de novembro. A missa de sétimo em dia foi também uma corrente coletiva para orar pela saúde dos sobreviventes e, principalmente, valorizar o legado e as lições que a comunidade e o time chapecoense deixaram ao mundo.

Para mostrar que Chapecó e o clube da cidade estão mais vivos do que nunca, as crianças da escolinha do clube foram personagens da celebração que emocionou a todos: um a um, meninos e meninas com o fardamento do Verdão do Oeste acenderam 71 velas do lado de fora da igreja para homenagear os mortos na maior tragédia da história do esporte mundial. Foram elas também, o futuro da cidade e do clube, que ao término da cerimônia seguraram 71 balões verdes sob os gritos de ¿vamos, vamos, Chape¿.

Durante a cerimônia, comandada pelo bispo Sérgio da Rocha, arcebispo de Brasília e presidente da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), um dos discursos mais emocionantes foi de Daiane Palaoro, filha do ex-presidente da Chape, Sandro Palaoro, uma das vítimas da tragédia na Colômbia. Nele, Daiane expõe com clareza um sentimento que é visível no povo chapecoense, apesar da dor e tristeza desses dias: a Chape voltará mais forte do que antes.

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– A pergunta que nos fizemos foi: por que a Chape? Talvez seja porque só a Chape é o segundo time de todos. O pequeno que encantou o mundo seria capaz de fazer o planeta inteiro parar para pensar nas coisas que realmente importam. Só a nossa Chape poderia fazer com que os inimigos passassem a ser novamente amigos. Todas as homenagens que recebemos nos últimos dias nos deixam a certeza de que o sonho de vocês (vítimas) está mais vivo do que nunca – discursou Daiane, antes de ser ovacionada pela multidão.

Uma das que estava entre a multidão era a escritora Inês Roami, 58 anos, que desde às 17h30 esperava o início da missa sentada na esquina da avenida Marechal Floriano Peixoto. Ainda abalada com a semana ¿mais difícil¿ de sua vida, mostrou o sentimento que une os chapecoenses nesse momento de luto e perda:

– A gente chegou no ápice e o destino nos parou. Mas ele nos parou momentaneamente, porque a Chape vai se reerguer, vai voltar mais forte e nossos heróis da Colômbia serão eternamente lembrados pelos seus feitos – profetizou.

(Por Diário Catarinense)

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