Quase um ano após acidente com a Chapecoense, famílias das vítimas ainda não receberam indenização

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Quase um ano depois, parentes das vítimas do acidente aéreo com o time da Chapecoense ainda não receberam indenização judicial pela tragédia. No desastre, na madrugada de 29 de novembro de 2016, 71 pessoas morreram e outras 6 ficaram feridas. O avião caiu quando estava perto de aterrissar no aeroporto de Medellín, na Colômbia.

Relatório preliminar divulgado pela autoridade de aviação civil colombiana apontou que a aeronave estava sem combustível. O relatório final deve ser divulgado na Colômbia nos próximos dias. O avião era da LaMia, empresa com sede na Bolívia.

A seguradora boliviana se nega a pagar as indenizações porque diz que o acidente foi provocado por um erro do piloto. Ofereceu US$ 200 mil desde que todos os parentes se recusem a entrar na Justiça. Como todos precisam aceitar a oferta, a hipótese é dada como pouco provável.

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Nesta terça-feira (21), em reunião em Florianópolis a pedido dos familiares das vítimas e de seus advogados, a Chapecoense apresentou documentos obtidos com a justiça boliviana.

“São três países envolvidos, cada um tem a sua legislação e a sua burocracia. E a dificuldade de receber documentos também, da Bolívia”, disse Fabiene Belle, presidente da AFAV-C ((Associação dos Familiares das Vítimas do Voo da Chapecoense).

O advogado da Chapecoense disse que a papelada apresentada não traz muitas novidades, mas não divulgou o teor do documentos.

“Praticamente todas as informações já eram de conhecimento, houve apenas um debate sobre quais os encaminhamentos técnicos que todos deverão tomar em relação à matéria”, disse Tullo Cavallazzi Filho, advogado da Chapecoense.

A reunião durou quase 3 horas. Os parentes das vítimas deverão decidir qual o caminho jurídico pra buscar as indenizações. As dúvidas aumentaram ainda mais na semana passada, com a divulgação da suspeita do Ministério Público Federal de Chapecó de que a companhia áerea LaMia, que até então seria a única proprietária da aeronave que caiu, tem outros donos.

Entre os advogados não existe consenso sobre como agir. “Eu acho que está muito difícil porque a gente não tem a quem processar ainda”, disse Dauro Lesnik, advogado de uma das vítimas.

“O processo na Bolívia não é recomendável. Então vai ser um processo aqui no Brasil para buscar uma indenização contra os responsáveis”, disse o advogado Joel de Paiva, diretor da Abravic (Associação Brasileira das Vítimas do Acidente com a Chapecoense).

G1

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