Santa Catarina registra pelo menos 10 ocorrências com cobras em quatro dias

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Pelo menos 10 ocorrências envolvendo cobras foram registradas pelo Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBM-SC) nos últimos quatro dias, de segunda, 27, até o começo da tarde desta quinta-feira, 30. Os casos que mais chamam a atenção foram a presença de uma cobra coral verdadeira em uma garagem de Jurerê, no Norte da Ilha de SC e uma jararaca dentro em uma residência no bairro Córrego Grande, também em Florianópolis. Os outros registros de serpentes foram em Palhoça, Itajaí, Brusque, Barra Velha, Timbó, Guaraciaba e Maravilha.

O biólogo Rodrigo de Souza, explica que os répteis, em sua maioria, são animais de sangue frio e precisam de altas temperaturas para que o metabolismo possa funcionar de uma forma mais acelerada. E é nos períodos de picos de calor que as serpentes ficam mais ativas:

— Temos maior ocorrência de répteis em geral no Verão, por conta das temperaturas mais elevadas. Nos últimos quatro dias tivemos alguns picos de calor, o que estimula o metabolismo dos animais, que saem para caçar — explica.

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Acidentes com animais peçonhentos

No ano passado, foram registrados 8.009 acidentes com animais peçonhentos em geral (serpentes, aranhas, lagartas, abelhas e outros), segundo dados divulgados pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive-SC), a maior parte deles com aranhas (70%). A maioria dos acidentes aconteceram no Planalto Norte e no Extremo Oeste de SC.

Nos últimos 10 anos, a maior quantidade de óbitos envolvendo esse tipo de animais em Santa Catarina foram por picadas de cobras, com um total de 17 mortes, também foram registrados cinco óbitos por acidentes com aranhas e 13 por consequência de picadas de abelhas.

Apesar dessas ocorrências, o número de acidente com serpentes tem reduzido nos últimos anos 10 anos, sendo que 2016 registrou a menor quantidade de acidentes (670). Para Souza, existem dois fenômenos podem ajudar a entender essa redução:

— As pessoas têm cada vez mais com acesso à informação, o que faz com que sejam mais cuidadosas. A segunda questão é que cada vez as pessoas estão desmatando mais e vivendo em ambientes urbanizados, essas zonas urbanas não são tão interessantes para espécies de serpentes em geral e elas tendem a migrar para zonas mais periféricas. A tendência ao longo dos anos é ter um pico de ocorrência, logo após a ocupação de uma área que era típica dos animais silvestres, e depois uma redução, quando as serpentes migram para os ambientes florestais de borda — conta.

Em Santa Catarina existem três espécies de interesse médico, a coral verdadeira, a jararacussu, a cascavel e a jararaca. Souza ressalta que ocorrem poucos acidentes com a coral verdadeira, que não é um animal agressivo. Já as jararacussus aparecem principalmente em sítios e em locais com alta incidência de roedores, as cascáveis ocorrem mais no Oeste do Estado e as jararacas aparecem em áreas silvestres, agrícolas, suburbanas e até urbanas.

Qualquer dúvida sobre animais peçonhentos pode ser esclarecida com o Centro de Informações Toxicológicas (CIT), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que funciona em parceria com a Secretaria de Saúde do Estado de Santa Catarina e é referência do assunto no Estado. Médicos, biólogos e farmacêuticos trabalham em cooperação para diagnosticar sintomas e estabelecer a melhor forma de tratamento.

Saiba quais medidas tomar em caso de acidente e como se prevenir: 

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