Santa Catarina tem a maior taxa de veículos por habitante do Brasil

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Com um total de 4,7 milhões de veículos emplacados, Santa Catarina possui a maior frota por habitante do Brasil. Para cada 1 mil moradores do Estado, há 690 veículos nas ruas, o que dá uma média de um para cada 1,4 habitante. O segundo lugar desse ranking fica com o Paraná, que tem 635 veículos para cada mil moradores, seguido por São Paulo, com 609 a cada mil. O dado foi obtido ao cruzar as informações do Anuário da Confederação Nacional dos Transportes (CNT) com a estimativa populacional de 2016 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A taxa catarinense é bem superior à média nacional. No Brasil, existem 455 veículos para cada 1 mil habitantes. A frota nacional é de 93,8 milhões para uma população de 206 milhões. Já Santa Catarina possui 6,9 milhões de pessoas para uma frota de 4,7 milhões.

 

As taxas mais baixas do Brasil ficaram com os Estados do Norte e do Nordeste. A última colocação foi do Amazonas. Por lá, a taxa é de 204 veículos para cada 1 mil moradores, praticamente uma proporção de cinco para um. Também estão nas últimas posições o Pará (220/mil) e o Maranhão (221/mil).

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Segundo Cassio Taniguchi, superintendente de desenvolvimento da Regão Metropolitana da Grande Florianópolis, embora Santa Catarina tenha uma renda per capta acima da média nacional, este não é o único fator que explica o número tão elevado de veículos. Ele acredita que o aumento da frota pode ser explicado também por um desencanto com o transporte coletivo.

— Nossa renda per capta é bem distribuída, mas está abaixo do Rio de Janeiro e de São Paulo, por exemplo. O problema de mobilidade urbana é crucial, especialmente na Região Metropolitana da Capital. As pessoas que dependem do transporte coletivo não têm um serviço satisfatório e acabam optando por outros meios, como o carro e a moto — diz Taniguchi.

Segundo o superintendente, para tentar reverter esse processo de perda de usuários, o governo estadual está investimento em um sistema de Bus Rapid Transit (BRT). A expectativa é que os primeiros sejam inaugurados em 2018, em São José. O Plano de Mobilidade Urbana Sustentável (Plamus) prevê ainda um BRT na Via Expressa até 2019.

Frota teve o maior crescimento da região Sul

O anuário da CNT também mostra que a frota catarinense de veículos triplicou em um intervalo de 15 anos. Em 2001, havia 1.588.549 veículos rodando pelas ruas do Estado, número que saltou para 4.772.160 ao final do ano passado. O crescimento de 200% é o maior da região Sul, acima dos vizinhos Rio Grande do Sul (146%) e Paraná (179%). Também fica à frente do aumento médio nacional no período, que foi de 194%.

Para Taniguchi, outro número chama mais atenção: a quantidade de motocicletas saltou de 233 mil em 2001 para 833 mil em 2016, um aumento de 257%.

— O número de acidentes com motos é muito alto, e muitos deles levam a morte. É uma condição extremamente preocupante — opina.

Estradas em condições ruins

Outro dado do anuário é quanto à situação das estradas. A extensão dos trechos em condições consideradas ruins para o tráfego deu um salto de 18% entre os anos de 2001 e 2015 em Santa Catarina, totalizando 646 quilômetros. A situação é mais grave nos trechos considerados péssimos, que cresceram em 136% no Estado no período, saltando de apenas 47 para 111 quilômetros. Por outro lado, houve melhora nos trechos ditos bons, com aumento de 63%, indo de um total de 529 quilômetros em 2001 para 861 quilômetros quatorze anos depois.

 

Fonte: DC

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