Um terço das empresas da região Sul vai aumentar quadro de funcionários em 2017

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Uma pesquisa feita pela consultoria Deloitte revelou que 36% das empresas dos três Estados da região Sul pretendem aumentar seus quadros de funcionários em 2017. O número é tímido, mas impressiona pelo contexto: entre setembro de 2015 e setembro de 2016, Santa Catarina acumulou saldo negativo de empregos, com menos 53 mil postos de trabalho conforme dados do IBGE. Os piores meses foram observados em 2015, mas neste ano o acumulado ainda é negativo, de menos 6,6 mil vagas.

Os dados do PIB brasileiro também não são animadores. Em 2016, o país deve ter um encolhimento de mais de 3,3%. Para o ano que vem, a previsão de crescimento é de apenas 1,1%, de acordo com o último boletim Focus do Banco Central.

— É um dado alto (36% das empresas quererem contratar), que surpreende, sim, até porque está acima da média nacional, de 26% – diz Marcelo Seixas, sócio-líder do escritório da Deloitte em Porto Alegre.

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O levantamento foi realizado com cerca de 140 empresas, médias e grandes, de diversos setores, a maioria de máquinas e equipamentos (13,9%), comércio (10,2%) e construção civil (8,8%). De acordo com a pesquisa, 56% das companhias pretendem manter o quadro de funcionários atual. Entre as empresas sulistas que voltarão a contratar, metade irá em busca de profissionais qualificados.

É o caso da Pollux, de Joinville. A empresa de tecnologia tem 140 funcionários e deve aumentar o número de colaboradores em ao menos 50% em 2017. Todos os novos funcionários serão mão de obra qualificada, com, no mínimo, ensino superior, principalmente nas áreas de engenharia. O ramo de negócios que mais cresce na companhia é o de robôs colaborativos. E para esse incremento contribuiu a criatividade:

— Percebemos que o Brasil tinha uma defasagem muito grande no uso de robôs em fábricas. E como o investimento para compra é alto, criamos um modelo de locação em que oferecemos a máquina e os serviços associados ao seu uso. Com um ano de operação, temos cem robôs operando em todo o país – conta o CEO, José Rizzo Hahn.

De acordo com Hahn, o modelo de locação de robôs é único no mundo. A previsão é que essa linha de negócios da empresa dobre de tamanho no ano que vem. Para dar conta do serviço, será necessário contratar mais gente.

 

Além disso, a Pollux projeta crescimento de 25% nas soluções para linhas de montagem automotivas, e também vai começar uma nova área em janeiro do ano que vem, voltada para internet na indústria. Ou seja, ainda mais empregos pela frente.

Outros dados da pesquisa da Deloitte mostram o quanto as empresas têm valorizado treinamento e gestão de pessoas. Pelo menos 42% das companhias devem aumentar os desembolsos nessa área em 2017. Mais da metade (51,4%) pretende manter o mesmo patamar, e apenas 6,7% estimam reduzir gastos no setor.

Na média, as empresas do Sul preveem investir 5% a mais que neste ano. Os segmentos de infraestrutura e de tecnologia serão os que mais vão desembolsar capital, crescimento de 13% e 10%, respectivamente, em relação a 2016.

Apesar de focar seus investimentos, em 2017, na gestão de processos (64%), área financeira (63%) e orçamentária (57%), é significativa a parcela de empresas sulistas que pretende destinar parte de seu capital para novas áreas corporativas. Para marketing e comunicação, por exemplo, 42% das companhias deve ter aumento nos investimentos.

(Por Larissa Linder – Diário Catarinense)
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