30 pessoas são presas em operação contra o “golpe do nudes”

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Hoje, segunda-feira, ocorreu uma operação conjunta da Polícia Civil de Santa Catarina e Rio Grande do Sul que resultou na detenção de 30 suspeitos envolvidos no golpe dos nudes em vários estados do Brasil. Além das prisões, a ação, denominada Operação Cantina, bloqueou contas bancárias, confiscou propriedades e apreendeu dinheiro em espécie pertencente à organização criminosa.

De acordo com o delegado Rafael Liedtke, a operação está acontecendo simultaneamente em Porto Alegre, Canoas, Cachoeirinha, Gravataí, Alvorada, Viamão, Tramandaí e Imbé, no Rio Grande do Sul, bem como nos bairros Ingleses e Carianos, em Florianópolis.

O delegado também informou que as investigações tiveram início cerca de onze meses atrás, quando policiais da 2° DIN/DENARC prenderam em flagrante um homem em Cachoeirinha. Com ele, foram encontrados uma pistola Taurus, G2c, calibre 9 mm, um veículo Mercedes-Benz avaliado em R$160.000,00, além de celulares.

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Durante o período investigado, o grupo lesou pelo menos 80 pessoas em 12 estados brasileiros, movimentando aproximadamente R$ 450 mil. Entenda como o crime foi perpetrado: A organização entrava em contato com homens de posses, fazendo-se passar por mulheres jovens e alegando serem menores de idade. Utilizando perfis falsos em redes sociais, eles esperavam até obter fotos das vítimas nuas ou seminuas. A partir desse ponto, os líderes iniciavam uma série de extorsões graves, inclusive fazendo-se passar por delegados de polícia do Rio Grande do Sul.

O esquema era cuidadosamente planejado e contava com uma grande quantidade de material que ajudava a iludir as vítimas e que era compartilhado entre os membros da organização. Para produzir esse material, os homens também recrutavam adolescentes, que enviavam fotos, áudios e vídeos em troca de pagamento ou até mesmo mediante ameaças.

Na segunda fase do esquema, o objetivo era obter vantagem financeira, recorrendo à recepção dos valores extorquidos por pessoas que também eram recrutadas pela organização (“laranjas”), as quais forneciam suas contas bancárias e CPFs para depósitos.

Esses “laranjas” recebiam pagamento dos líderes da organização e recebiam ordens para redistribuir o dinheiro entre os outros membros do grupo criminoso, sendo remunerados de acordo com sua contribuição, até que a maior parte dos lucros retornasse para os responsáveis pelas extorsões.

Os líderes, então, desfrutavam das maiores quantias, ostentando luxos ao adquirir veículos importados, realizando pagamentos à vista e gastando em viagens caras, compras de terrenos e imóveis.

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