A síndrome da amnésia coletiva – Coluna de Gian Del Sent

Memory doubts
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Os dias passam na Dubai brasileira e uma doença grave tem tomado conta das pessoas e, principalmente, no meio político da cidade. Facilmente se esquece de coisas importantes acontecidas em um passado não tão distante e que as atuais circunstâncias parece passar despercebidas aos olhos dos nobres da cidade.

Eleições 2016

Quem não se lembra dos episódios que movimentaram o pleito municipal e foram dignos de um Oscar de interpretação. As já antigas, porém recentemente denominadas, “Fake News” estampavam capas de jornais claramente eleitoreiros e alguns sites da nossa região.

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Processos I

Em meio aos arranca rabos das coligações existem duas situações que me vem na memória. O extinto Jornal O Regional, que trouxe uma capa denunciando um suposto esquema de corrupção envolvendo o então candidato Fabrício Oliveira. O jornal, totalmente eleitoreiro, além de ter que dar o direito de resposta, ainda tirou uma onda estampando na capa o nome “Jornalecos”, termo usado por Fabrício para rebater a falsa acusação.

Processos II

O mesmo jornal, ainda divulgou uma pesquisa de forma irregular e coincidentemente com a mesma arte de um outro jornal, que também trabalhou descaradamente a favor do então candidato tucano, Leonel Pavan. Processo vai, processo vem, o Jornal O Regional, perdeu ambas as ações.

Processos III

O outro jornal que citei acima, era o Jornal Bolsão. Um jornal de classificados que uma vez ou outra trazia umas notícias, porém em época de eleição, caia de cabeça e trazia “pesquisas exclusivas”. O Bolsão também foi condenado por divulgar uma pesquisa irregular. E mesmo a coligação do PSDB perdendo a eleição, os donos do jornal ainda fizeram um churrasquinho para a galera tucana comemorar no pós campanha.

Donde estás

O Jornal O Regional sumiu e nunca mais se viu na rua. A última publicação na página do Facebook, como jornal, foi no final de setembro de 2016. Já o Bolsão, foi vendido ao grande Perrotti, que por sinal era vendedor do jornal. A dona do extinto regional é colunista de uma revista da cidade e promove eventos. O ex dono do Jornal Bolsão trabalha na Câmara de Vereadores.

Amnésia

O que me impressiona, diante dos fatos narrados acima, é a amnésia que toma conta da galera que participou ativamente da campanha de 2016. O ex proprietário do jornal Bolsão foi advogado de Roberto de Souza Júnior, ex-presidente do legislativo, o que justifica a nomeação. O que não da para entender ainda e tem deixado muito vereador cabreiro, é a permanência dele no cargo, mesmo a Câmara sendo hoje presidida por um dos vereadores da coligação que o jornal quis prejudicar na época.

Amnésia II

Outro fato amnésico que tem causado espanto, é as frequentes idas da dona do extinto Jornal O Regional até o gabinete da presidência da casa do povo. E pior, com informações dela estar negociando junto a secretaria de Turismo a promoção de eventos no carnaval da cidade. O presidente Omar disse que é receptivo, vai receber todo mundo sempre, até mesmo esse “mero colunista”. Mas as conversas sobre “business” com secretaria é esquecimento demais né?

Traição

Politicamente e estrategicamente falando, não tenho nada contra a agregar opositores e aproximá-los de um grupo. Isso faz parte da política e é a coisa mais natural do mundo ver gente se matando hoje e abraçados amanha. O que pega mal, e por muitos é considerado traição, é estar aproximando algozes enquanto parceiros de batalha se afastam por falta de suporte ou estão simplesmente sendo deixados de lado.

Traição II

A palavra é pesada, mas é preocupante a frequência com que ela tem sido usada por pessoas próximas ao governo. Praticamente uma “palavra de ordem”. A política é injusta, todos que se envolvem o mínimo com ela sabem disso. Mas quando as injustiças começam a sobressair, acende uma luz de alerta e coloca em dúvida a capacidade de união de um grupo político.

Fogo amigo

O fogo vindo de fora é normal, mas também dentro da própria administração tem acontecido aos montes. Secretários que não se conversam, bagrinhos que se sabotam, rasteiras para subir através da desgraça do outro e, principalmente, a autossabotagem dos próprios departamentos. E tudo isso respinga aonde? No “chefe”. Mas o fato parece não ser de entendimento dos “peões” do paço. Sem generalizar, é claro.

Nomeações

Quem passou a fazer parte do governo nos últimos dias, foram os ex-promotor Rosan da Rocha e o Delegado David Queiroz. Rosan é referência no que diz respeito a moralidade pública e direitos humanos. Me estranha o ex-promotor assumir a secretaria, que vai muito bem obrigado, tocada por Christina Barrichelo e referência a nível Brasil. Pela experiência de Rosan e pelo conhecimento da área, creio que a melhor opção seria assumir a Inclusão Social.

Nomeações II

O ex delegado David Queiroz assume a secretaria de segurança e deve anunciar alguns projetos e ações para 2019, na próxima segunda-feira, em coletiva de imprensa. Extremamente técnico, o ex delegado não tem fama de ser lá muito político. A mesma teoria, se estende ao futuro secretário Rosan. O que pode não ser muito interessante para o governo que tentará a reeleição em 2020.

Carnaval

O Carnaval de Navegantes já está a todo vapor, com programação pronta e tudo encaminhado. Tudo organizado por uma empresa de Balneário Camboriú que está promovendo o evento por la. Já Balneário Camboriú, à 15 dias do Carnaval, sequer divulgou uma programação. Não tem definido nem mesmo quais blocos, escolas e trios, serão contemplados pelo chamamento público. Enquanto isso, o secretário Miro Teixeira está viajando em algum lugar do Brasil. Assim como fez boa parte da temporada de verão e durante todo seu período a frente da pasta.

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