Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) investe mais de R$ 3 milhões ao ano com taquígrafos, profissionais que escrevem com rapidez usando símbolos. Eles transcrevem o que ocorrem nas sessões. Outros órgãos catarinenses, porém, não possuem mais ou nunca tiveram esse tipo de profissional.
A história registra a técnica de taquigrafia desde antes de Cristo, mas a prática começou a ser mais usada no século 16.
Centenas de ano depois, a Alesc mantém uma equipe de 15 taquígrafos. Eles resumem nas atas o que ocorre nas sessões do plenário e nas reuniões das comissões.
No caso das sessões, esse registro atualmente também é feito em áudio e vídeo. Tudo o que os deputados dizem no microfone fica disponível na internet.
Enquanto durante a sessão os taquígrafos precisam se revezar para dar conta de escrever o que está sendo dito, é possível ver que a própria plataforma que transmite o que está acontecendo no plenário já transcreve tudo em tempo real. Também existem outros aplicativos que fazem isso de graça.
O Portal da Transparência mostra que cada servidor recebe entre entre R$ 11 mil e 30 mil por mês para fazer taquigrafia. Nenhum deles quis conversar com a NSC TV sobre a importância do trabalho.
Em Brasília, esse serviço também é mantido no congresso e nos tribunais superiores. “Ele é o profissional que atesta tudo o que aconteceu numa sessão de julgamento, numa sessão plenária, numa comissão. Ele tem um papel ali praticamente pericial”, afirmou a presidente da União Nacional dos Taquígrafos, Adriana Araújo.
Sobre o avanço tecnológico, a presidente disse que: “os aplicativos estão chegando para auxiliar o taquígrafo, mas não para substituir completamente, porque a gente já viu que isso é ineficaz”.
Alternativas
Porém, essa não é a realidade nos tribunais regionais de Santa Catarina. O Tribunal Regional Eleitoral, por exemplo, pôs fim ao cargo de taquígrafo 10 anos atrás e realocou os servidores em outras funções.
Dos 15 servidores que fazem taquigrafia na Alesc, 11 foram contratados depois de 2004. Um deles, comissionado, entrou no ano passado. A assembleia não quis dar entrevista sobre o assunto.
Os outros tribunais como o de Justiça, de Contas e do Trabalho nunca usaram o serviço. Optaram por gravar as sessões em áudio e consultar, quando preciso. O Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) já fazia isso desde os tempos da fita cassete.
“Qualquer servidor público precisa ser útil para o órgão público que ele representa. À medida que houve nas últimas décadas um crescimento muito positivo da tecnologia, não há uma necessidade direta de que o ser humano seja colocado em algumas atividades. A má utilização do dinheiro público não vem somente da corrupção”, opinou o especialista em gestão pública Luiz Carlos Freitas Júnior.
G1