Amin e Dreveck fecham acordo por divisão de mandato no PP e apoio ao PSD

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Em pouco mais de duas horas de conversa na sede do diretório estadual do partido, as principais lideranças do PP catarinense chegaram a uma solução de consenso para impedir a disputa pela presidência entre o deputado federal Esperidião Amin, atual presidente, e o deputado estadual Silvio Dreveck. A menos de dois quilômetros dali, na Assembleia Legislativa, militantes do partido aguardavam a definição dos caciques para o início da convenção estadual da sigla.

O consenso ficou claro quando Amin e Dreveck chegaram juntos à Alesc, pouco depois das 16h. Pelo acordo, Amin continua à frente do partido até fevereiro do ano que vem, quando acaba o mandato de Dreveck como presidente da Alesc. O atual presidente renunciará em favor do deputado estadual.

Principal ponto de discórdia entre as candidaturas, a aprovação antecipada de uma aliança com o PSD para 2018 também entrou no acordo. A convenção pepista vai aprovar uma moção favorável à composição com os pessedistas, que têm o deputado estadual Gelson Merisio como pré-candidato ao governo. Amin era contra o endosso prévio, alegando que o PP não poderia prescindir de ter alternativas caso Merisio não consolide sua candidatura.

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Com a convenção aberta, Amin anunciou a decisão de dividir o mandato com Dreveck. Em seu discurso, repetiu que apenas apenas assumiu a presidência estadual do partido para impedir que se repetisse a situação de 2014, quando os pepistas encaminharam apoio à reeleição do governador Raimundo Colombo (PSD) e acabaram fora da chapa. Disse ter pedido para continuar até o início do ano que vem para “acompanhar os prazos de desincompatibilização”.

Na chegada do evento, Amin brincou com a repercussão da entrevista que deu no sábado à Rádio Araranguá em que criticou o alinhamento antecipado ao PSD e disse que lideranças do partido aliado preferem “ser vice do PMDB” a endossar Merisio _ citou nominalmente o deputado estadual Milton Hobus e o deputado federal João Rodrigues. Ambos responderam em notas ainda no sábado declarando apoio integral a Merisio.

— Minha declaração foi a maior contribuição para a candidatura do Merisio até agora. Dissipou muitas posições volúveis.

Em seu discurso, Dreveck narrou sua trajetória no partido como vereador e prefeito em São Bento do Sul e os três mandatos como deputado estadual. Defendeu a antecipação da coalizão com o PSD, ressaltando que o partido já apoia o governo de Colombo e que ambas as siglas partilham da mesma origem. Apontou que o apoio prévio não significa a definição dos nomes da chapa em 2018.

— Neste momento, não definimos nomes, mas é importante definir a estratégia. O nome (do candidato a governador), temos tempo. Agora, com quem vamos estar, não dá para esperar — afirmou Dreveck.

O pepista citou Merisio e Amin como possíveis candidatos a governador e também o ex-deputado federal Paulo Bornhausen, que representou o PSB no encontro. A convenção pepista foi prestigiada por lideranças de outros partidos. O deputado federal Décio Lima, presidente estadual do PT, discursou no início do encontro. Marcos Vieira, presidente estadual do PSDB, e o senador Dalírio Beber (PSDB) integraram a mesa, assim como o deputado federal Jorginho Mello (PR) e o deputado estadual Jean Kuhlmann. Merisio chegou durante o discurso de Dreveck e foi aplaudido ao anunciar.

Bornhausen e Vieira discursaram pelo PSB e pelo PSDB, enaltecendo origens e antigas alianças com o PP. Os três partidos estiveram juntos em 2014 na candidatura ao governo do senador Paulo Bauer. Coube a Merisio fazer o último discurso de cunho político do evento. Em tom de pré-candidato, o pessedista ressaltou as origens comuns das principais lideranças do PP e do PSD e lembrou que disputou sua primeira eleição para vereador em Xanxerê pelo PDS (atual PP). Afirmou que a aliança do PSD com o PMDB não será reeditada e que a próxima eleição exigirá um realinhamento das forças políticas e que essa recomposição deve ser feita pelas raízes dos partidos.

— Se alguma curva no caminho nos distanciou, nossa origem não mudou. Nós do PP e do PSD pensamos muito parecido, agimos muito parecido. Tenho certeza de que independentemente dos nomes dos candidatos, estaremos juntos — disse Merisio.

Confira a carta assinada pelos líderes do partido que oficializa o acordo:

Fonte: Diario Catarinense
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