Uma das linhas de investigação da Polícia Civil da causa da morte da comerciante Cátia Regina Silva, 46 anos, é um assassinato relacionado a uma disputa comercial. A Polícia Civil investiga informações ditas pela vítima em vídeo compartilhado nas redes sociais, onde relata ameaças (veja acima).
A mulher foi encontrada morta na tarde de quinta-feira (25) em uma estrada de Araquari, no Norte catarinense. Ela foi morta a tiros e o corpo estava algemado, com capuz na cabeça. O carro dela foi achado pela manhã no mesmo dia, incendiado em São Francisco do Sul.
O caso é investigado pelas delegacias de São Francisco do Sul e de Araquari. Durante a manhã desta sexta-feira (26) e nesta tarde, são ouvidas testemunhas e colhidos dados. O delegado Tiago Escudeiro confirma que o vídeo é verídico e que pessoas prestam depoimento para sustentar a versão de homicídio ligado a problemas comerciais.
“A gente não conseguiu definir a data [do vídeo] porque como vem pelo Whatsapp, pelo Facebook, acaba tirando os metadados que informam a origem e dados de localização do arquivo. Não parece ser uma data muito recente. Talvez uns 10 dias, alguma coisa assim”, disse o delegado Escudeiro.
Ainda segundo Escudeiro, será pedida a quebra de sigilo do telefone dela. “Para a gente conseguir ver os contatos, as pessoas que conversaram com ela antes da tragédia”, explica o delegado.
No vídeo, Cátia Regina Silva aparece na loja de roupas que era proprietária em São Francisco do Sul. Sem citar nomes, diz que recebe ligações com ameaças e até a Receita Federal teria passado em sua loja. A mulher ainda afirma que o comercio dela é legal e que, caso fechem sua loja, ela irá procurar outro ponto.
“Tão querendo me derrubar, mas não vão conseguir, graças a Deus. Eu tô recebendo ameaça de todo o tipo, eu nem queria falar aqui, porque eu tô bem triste. Eu não quero tirar o espaço de ninguém”, diz no trecho inicial da gravação.
A reportagem tentou contato com a Receita Federal para informações sobre a possível fiscalização do comércio, sem sucesso.
Cátia Regina Silva foi encontrada morta — Foto: Reprodução/Facebook
O delegado Rafaello Ross, que também investiga o caso, confirma a hipótese de assassinato. “Possivelmente o tiro que foi dado, ao que parece, ela ajoelhada e com o capuz na cabeça. Então pelas circunstancias como o fato ocorreu tudo leva a crer que não tenha sido um crime de latrocínio, não tenha sido um crime contra o patrimônio, e sim um homicídio”, explica Ross.
Policiais fazem diligência nesta sexta nas ruas e estabelecimentos dos dois municípios em busca de imagens de câmeras de segurança que possam auxiliar no caso.
“Estamos tentando levantar todos os passos e circunstâncias desde o trajeto dela da rodoviária de Joinville até o possível local de abordagem”, explica Ross.
Últimos contatos
A família da vítima informou às autoridades que a mulher teria saído de casa por volta das 22h de quarta-feira (24), informando que iria para São Paulo para comprar produtos para o comércio dela em São Francisco do Sul.
Ainda na mesma noite, familiares informaram que a mulher ligou avisando que estava a cerca de 20 quilômetros de casa, a caminho do estado paulista. Depois, não houve mais contato.
O carro dela, uma Duster, foi encontrado incendiado no Morro da Palha, em São Francisco do Sul, por volta das 11h de quinta. Quando a guarnição chegou ao local, o veículo estava totalmente destruído, já sem as chamas.
O corpo foi avistado por volta das 14h30 na Estrada do Jacu. Ela foi ferida na face.