Após perder mulher para o COVID-19, paciente de 91 anos é infectado, internado e recebe alta em SC

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Depois de perder a mulher com quem foi casado por 68 anos com coronavírus, Aldo de Prá, de 91 anos, foi infectado pela Covid-19 e passou oito dias dias internado. Morador do bairro Azambuja, em Pedras Grandes, no Sul catarinense, é um dos pacientes mais velhos a se curar da doença no Brasil. Ele recebeu alta do hospital no domingo (12) e comemorou a saída com o filho Ademir.

“É muita alegria ter meu pai de volta na nossa casa depois de muita luta. Mas vencemos com fé em Deus. Foi o melhor presente de Páscoa que tivemos. Nós somos 10 irmão vivos e estamos muito feliz mesmo”, diz o filho Ademir de Prá, de 54 anos.

Santa Catarina tem 776 casos confirmados de Covid-19 e 24 mortes. O município de Pedras Grandes tem o registro de dois casos confirmados de coronavírus e uma morte, segundo o levantamento divulgado na noite de domingo (12) pela Secretaria de Saúde.

Inês e Aldo completaram 68 anos casados — Foto: Ademir de Prá/ Arquivo pessoal

Inês e Aldo completaram 68 anos casados — Foto: Ademir de Prá/ Arquivo pessoal

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A morte da companheira Inês Mota Prá, de 90 anos, ocorreu no dia 30 de março. Ela tinha problema de pulmão e hipertensão. O resultado positivo de coronavírus saiu após o sepultamento. O enterro foi com caixão lacrado e sem velório, segundo informou a prefeitura.

Aldo foi internado no dia 5 de abril no Hospital São Sebastião, em Treze de Maio. “Levamos ele para o hospital, pois estava sentindo febre, dor de cabeça e muito aborrecido, já não queria se alimentar”, explica Ademir.

Depois de três dias, Aldo foi transferido para o Hospital Nossa Senhora da Conceição, em Tubarão, e precisou ficar em isolamento. No entanto, não houve necessidade de cuidados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e na tarde de domingo (12) o paciente recebeu alta.

Na saída da unidade de saúde, o idoso mandou um recado para a família, que precisou acompanhar o tratamento à distância.

“O velhinho está saindo do hospital agora, estou levando ele embora. O pai está meio malechinho ainda, mas vai se recuperar em casa”, afirma o filho. Ademir explica que são descendentes de italianos, e que “malechinho” é um jeito carinhoso que a família usa em atribuição à saúde do pai quando ele não está muito bem de saúde.

Segundo o Ademir, o pai precisou interromper o tratamento contra o câncer de próstata e intestino. “Agora ele está em isolamento acompanhado de uma cuidadora. Está tomando antibióticos até cinco dias e cuidados de higiene, limpeza, usando luvas e máscara. Daqui alguns dias ele vai ao médico novamente para retomar o tratamento de câncer”, explica.

Ademir está à espera de resultados. Ele também precisou fazer testes de Covid-19. “Eu tive os sintomas de dor de cabeça, tosse, febre e dor no corpo. Mas fiz o exame e estou esperando o resultado em quarentena”, afirmou. Ele não sabe qual a data estimada para divulgação do resultado.

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