Arroz importado terá logo do governo Lula e preço tabelado

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O arroz comprado pelo governo federal para fazer frente à queda da produção no Rio Grande do Sul chegará aos mercados em embalagens de 2 quilos com preço tabelado de R$ 4 por quilo. Os detalhes constam das regras do primeiro leilão de compra do cereal, que será realizado na próxima terça, 21 de maio. O anúncio confirma informação dada pela analista de política da CNN Débora Bergamasco, nesta terça-feira.

Os pacotes vendidos pela Companhia Nacional de Abastecimento, a Conab, terão a inscrição em letras maiúsculas em vermelho no topo da embalagem “PRODUTO ADQUIRIDO PELO GOVERNO FEDERAL” com o logotipo da Conab. Abaixo, uma imagem de uma tigela com arroz cozido e a informação: “PREÇO MÁXIMO R$ 8,00”. Os pacotes terão dois quilos de arroz branco do tipo 1 beneficiado e polido, de classe longo fino.

Na parte inferior dos pacotes de arroz, haverá quatro logotipos: Conab, Ministério do Desenvolvimento Agrário, Ministério da Agricultura e do governo federal, inclusive com o slogan “União e Reconstrução”. Visualmente, essa parte da embalagem tem aspecto semelhante aos anúncios do governo federal, que apresentam os ministérios e órgãos envolvidos em determinada ação.

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Em nota, o presidente da Conab classificou a embalagem como “especial” para a iniciativa de importação. “O arroz que vamos comprar terá uma embalagem especial do governo federal e vai constar o preço que deve ser vendido ao consumidor. O preço máximo ao consumidor será de R$ 4 o quilo”, disse o presidente da Conab, Edegar Pretto.

No primeiro leilão, serão adquiridas até 104.034 toneladas de arroz da safra 2023/2024. O valor da operação é de R$ 416,1 milhões. Após a importação, os produtos deverão ser descarregados nos portos de Santos (SP), Salvador (BA), Recife (PE) e Itaqui (MA).

Agro do RS diz que importação de arroz não era necessária

Gedeão Pereira, presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), criticou em entrevista à CNN a decisão do governo de editar uma medida provisória para importar arroz, em meio à tragédia no estado. “Desnecessária”, assim o representante descreve a ação.

Cerca de 70% da produção nacional vem do Rio Grande do Sul, estado que vem sendo assolado por alagamentos, mas calcula-se que 84% das lavouras já tinham sido colhidas quando se iniciou a crise. Sobre os armazéns de arroz, Pereira indica que é difícil mensurar a proporção das perdas, mas afirma que devem ser pontuais.

Na avaliação de Pereira, com a maior parte da colheita do estado preservada e o fato de que os demais 30% da produção nacional estão majoritariamente em regiões não atingidas pelo desastre climático, seria possível atender a demanda sem uma MP de importação.

“Não prevemos nenhum tipo de desabastecimento de arroz, a não ser momentâneo, por questão de logística e impasses com a emissão de notas fiscais”, disse o presidente da Federação à CNN.

Acontece que a maior parte da produção do estado saí fronteiras via BR-101 para abastecer os principais centros do país (a rodovia cruza o litoral do país do Rio Grande do Sul ao Rio Grande do Norte). Com pontos de alagamentos e rastros de destruição, há problemas na rota logística.

CNN procurou o Ministério da Agricultura e o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) para que comentassem a fala de Pereira. Até o momento da publicação desta reportagem, não houve resposta.

Fonte: Terra Brasil Notícias e CNN Brasil

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