Um grande circo foi armado na noite desta terça-feira (14), no Teatro do CIC, em Florianópolis, para lançar o tal “Plano 1000” do governo Moisés.
O problema é que naquele circo de ontem, todos eram espectadores da desgraça, de um grande show, enquanto os palhaços, ficaram em casa lutando pela sobrevivência e assistindo o “respeitável público” atuar. O show prometeu que o palácio do bombeiro abrirá as torneiras dos cofres públicos para atender aos municípios.
O “contrato” do Plano 1000 de Moisés, possui letras pequenas que os gestores municipais não estão fazendo questão de divulgar para a população. Falta inclusive dizer que os municípios “podem” receber e não necessariamente “vão” receber.
Como é o caso de Camboriú, que afirmou que a cidade “VAI” receber 87 milhões, mas não tem nenhum projeto pronto para isso. Aliás, mesmo sem nada de rede de esgoto e com problemas graves de mobilidade e drenagem pluvial, a prefeitura já está pensando em meter asfalto em tudo.
No fim das contas, o “Plano 1000” nada mais é que mais um show eleitoreiro, pensando em 2022, pois assim como o tal “hospital regional”, NADA é garantido.
Vamos ver alguns pontos
– Nem todos. Diferente do que muitos pensam, os recursos não irão para todos os municípios neste primeiro momento. Os “70 maiores” inclui até municípios com 20 mil habitantes. Ou seja, apenas 70 dos 295 municípios catarinenses poderão receber agora. Os outros 225 não fazem ideia se vão ou quando poderão ter acesso.
Por que os 70 maiores primeiro?? São aqueles que tem bastante votos, se é que me entendem.
– NÃO SERÁ UM CHEQUE EM BRANCO. Os recursos dependerão de apresentação de projetos que serão avaliados e deferidos, ou não, por uma equipe técnica encabeçada por um cargo de confiança do governador. Portanto: sem projeto = sem dinheiro, e olhe lá. E outra, os projetos deverão ser aprovados! Ou seja, vai depender MUITO de política, a barganha de apoio com o dinheiro público.
– Investimentos nos “próximos anos”. Levando em consideração que os recursos serão liberados mediante aprovação de projetos, Moisés não tem “próximos anos” para liberar o dinheiro. A eleição é ano que vem e ele nem sabe se permanece no cargo. Portanto, não existe “próximos anos”. A não ser que isso seja uma condicionante para angariar votos dos prefeitos né? Até encaixa bem com o que o secretário de saúde falou em Camboriú. “Moisés precisa de mais tempo para fazer o que precisa por Santa Catarina”.
– Só futuro. O texto do governo do estado diz que 3,5 bilhões de reais já foram destinados aos municípios desde 2019. Quando cita quais projetos foram cobertos com esse valor, tudo é falado no “futuro”: São, serão, vão… . Nada está pronto e tem muita coisa que nem saiu do papel.
Aliás, alguém viu alguma obra na região da AMFRI bancada pelo Governo do Estado? Me lembro da Antonio Heil, que já estava em andamento quando Moisés entrou.
No papel, tudo é lindo. Mas na prática, nada acontece.
O maior exemplo disso é a Serra da Dona Francisca, que continua a matar gente, e o governo do Estado não é capaz de colocar iluminação e arrumar o asfalto. Ou a “garantia” do hospital regional em Camboriú, sendo que foi assinado um “protocolo de intenções”, que não garante nada, em um terreno que não é da prefeitura. Embora o prefeito Elcio mentiu que já comprou e “está pago”.
Não se iludam. Acima de tudo, cobrem seus gestores.
As letras pequenas do “Plano 1000” de Moisés
Poucas e Boas – Por Gian Del Sent