Av. Santa Catarina: O teatro e a história mal contada do governo Élcio

Asfalto aplicado sem sarjeta, sem calçada e sem ciclovia.
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Sabe aquele ditado, “a mentira dita mil vezes vira verdade” ?
Ele funciona, se não bater de frente com outro ditado de que diz, “a verdade sempre aparece”.

A verdade é que o povão foi feito de bobo mais uma vez. Eu explico porque.

Nos últimos dias assistimos uma sequencia de acontecimentos envolvendo a obra da Av. Santa Catarina, em Camboriú. Uma fresagem as vésperas da eleição, obra parada pela chuva, ameaça de cancelamento e depois a obra andando novamente.

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No rádio e em entrevistas, a atual secretária de planejamento disse que a empresa não tinha autorização para fresar o asfalto antigo. Em outros momentos, disse que ela não teria essa autorização se não fosse asfaltar também. Depois voltou a afirmar que a prefeitura não sabia que a empresa ia fresar ou estava fresando o asfalto. Tudo isso acompanhado de uma afirmativa de que o contrato seria cancelado e que a segunda colocada na licitação teria declinado.

O suposto cancelamento ecoou aos quatro ventos, dando ao governo um ar de pulso firme e tentando emplacar uma imagem de responsável. Mas não foi bem assim.

O fato é que todo castelo de areia do governo Élcio Kuhnen se desmancha a partir do momento em que começamos buscar informações. E isso se repete em várias narrativas destes quase oito anos de governo. Parece um “Modus Operandi” desse governo que vive soltando mentiras para se promover.

AOS FATOS 

Juntando as falas da secretária e de membros do governo, vamos falar a verdade sobre cada uma delas.

“A empresa não tinha autorização para fresar o asfalto” – A prefeitura divulgou no dia 30/09 que o pavimento seria fresado e depois pavimentado. No dia 03, quando a fresagem já estava acontecendo, eles divulgaram de novo, dizendo que o trabalho se estenderia no dia 04.

“Não teria essa autorização se não fosse asfaltar também” – A fresagem começou no dia 03 sem a empresa ter terminado as calçadas, as ciclovias, dois canteiros de retorno e uma rotatória. Tanto é que existe uma nota divulgada no dia 19 de setembro em que a prefeitura informa que pediu que a pavimentação começasse, mesmo com tudo atrasado.

“A prefeitura não sabia que a empresa ia fresar ou estava fresando o asfalto” – Repito, no dia 30/09 a própria prefeitura divulgou que esse trabalho seria feito. No dia 03 divulgou de novo e ainda fez foto.

“A obra está atrasada” – Na verdade, a obra está atrasada desde junho, quando venceu o contrato firmado no final do ano passado. Depois disso a prefeitura aumentou em mais 120 dias o contrato, vencendo em 16 de outubro.

“Vamos cancelar o contrato” – A prefeitura em momento algum mandou cancelar o contrato, pois não é assim tão simples. O cancelamento, se acontecer, só pode rolar após um processo administrativo, com direito a defesa por parte da empresa. A prefeitura “notificou de um cancelamento” e deu 5 dias para a empresa e defender, o que também está errado, não tinha validade alguma sem o processo administrativo, mas valeu para o “oba oba”.

A MINHA CONCLUSÃO

Considerando que no dia 16/11/2024, daqui um mês, completa um ano que o contrato da obra foi assinado e a empresa não conseguiu nem mesmo terminar as calçadas e ainda falta MUITO para concluir a obra.

Considerando que o asfalto seria um dos últimos trabalhos a serem feitos na obra, mas foi antecipado pela prefeitura nas vésperas da eleição. Inclusive em nota divulgada no dia 19 e 30/09.

Considerando que depois de todo o showzinho protagonizado pela secretária de planejamento e membros do governo, a prefeitura aditivou mais 45 dias no contrato com uma desculpinha beeeeem esfarrapada e inclusive dizendo que o atraso se deu por essas justificativas fracas, com novo vencimento em 30/11.

Me leva a crer que:

1 – A prefeitura antecipou o cronograma da obra, pedindo para agilizar com o asfalto e dar um “migué” para ficar bem na foto nas vésperas das eleições. A prefeitura sabia dos alertas de mau tempo que vinham sendo noticiados para a semana pós eleição.

O comentário de Edson Piriquito que sumiu da publicação de Élcio Kuhnen, reforça isso:  “Pena que somente agora”.

2 – A empresa demorou mais tempo que o previsto para fresar a via, impossibilitando de asfaltar antes do dia 06 de outubro. Alias,

3 – O final de semana foi de pista fresada, acidentes, buracos abrindo e gente reclamando, causando um desgaste gigante no governo.

4 – Na segunda-feira pós eleição, depois de um fim de semana de duras críticas, o tempo fechou e a empresa não continuou. Na terça começou a chuva e o governo, revoltado que a estratégia eleitoreira não deu certo, ameaçou cancelar o contrato.

5 – Passou a chuva, deram o show, aditivaram o contrato em mais 45 dias, a empresa retornou aos trabalhos e ninguém mais dá um pio sobre o assunto.

6 – Esses 45 dias não serão o bastante para conclusão e essa obra da Santa Catarina ainda vai dar muito o que falar.

O mais engraçado é que o trecho asfaltado, é o que mais tem partes faltando calçadas e ciclovia.

Enquanto isso, há um ano, o TCE segue investigando erros no projeto da Santa Catarina, suspeita de superfaturamento e dados inconsistentes na licitação. E a prefeitura segue dando o “migué” no TCE também.

E quem paga toda essa baderna?
O povão, é claro.


Av. Santa Catarina: O teatro e a história mal contada do governo Élcio
Poucas e Boas – Por Gian Del Sent 

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