Balneário Camboriú e Camboriú. Os extremos nos investimentos em saúde.

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Um dos maiores gargalos de Santa Catarina e motivo de maior preocupação do eleitorado catarinense, segundo pesquisa Ibope contratada pela NSC Comunicação em agosto, foi a saúde. O setor é fruto de dívida bilionária por parte do governo do Estado e as prefeituras, com caixas comprometidos pela crise, também não conseguem atender a demanda.

O Conselho Federal de Medicina divulgou nesta segunda-feira levantamento do investimento médio por pessoa das prefeituras brasileiras em Ações e Serviços Públicos de Saúde (ASPS), declaradas no Sistema de Informações sobre os Orçamentos Públicos em Saúde (Siops), do Ministério da Saúde.

Em Santa Catarina, o mínimo e o máximo variam de R$ 192,60 a R$ 1.513,80 por pessoa no ano inteiro (veja em detalhes nos mapas abaixo). No Brasil, varia de R$ 67,54 a R$ 2.971,92.

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A média de Santa Catarina em relação à média dos municípios foi de R$ 586,13. No total, 181 municípios (61,3%) ficaram abaixo desse índice em 2017, incluindo Florianópolis, que despendeu média de R$ 389 por cidadão na área. No Brasil, a média foi de R$ 403,37.

No Litoral Norte, cidades vizinhas com situações distintas

Entre as maiores, a mais bem colocada é Balneário Camboriú, que gastou em média 852,68 em 2017 por cidadão.

Na outra ponta, está a vizinha Camboriú, o pior índice do Estado. A cidade foi a única que aplicou menos de R$ 200 por morador no ano inteiro: foram exatos R$ 192,58. Em seguida vêm quatro cidades do Sul do Estado: Laguna (R$ 214), Araranguá (R$ 249), Pescaria Brava (R$ 250), Tubarão (R$ 253) e Imaruí (R$ 260).

Pela lei, o governo federal e os municípios devem investir 15% de tudo o que arrecadam em saúde. Já o governo de Santa Catarina, por força da Emenda Constitucional 72/16, deveria aplicar o mínimo de 13% em 2017, ano no qual se baseia o estudo. A mesma norma prevê aumento do percentual mínimo para 15% em 2019.

2013 a 2017

Balneário Camboriú teve um aumento de quase 30% em saúde. Já Camboriú, teve uma queda de 20% nos investimentos.
Entre 2013 e 2017, 178 municípios ampliaram o investimento médio em saúde, enquanto 8 praticamente não alteraram o índice, ficando abaixo de 1% de crescimento. Entretanto, 109 cidades registraram queda nos valores despendidos em saúde. As situações mais críticas são em Calmon (-34,89%), Aurora (-32,88%) e Corupá (-30,46%). Calmon, no Oeste do Estado reduziu o índice de R$ 928 em 2013 para R$ 604 em 2017.

Análise e visualização de dados: Cristian Edel Weiss

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