A economia brasileira fechou, em junho deste ano, 661 vagas de emprego com carteira assinada, segundo números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta sexta-feira (20) pelo Ministério do Trabalho. Esse foi o primeiro resultado negativo para um mês em 2018.
Quando o país cria vagas de trabalho em um determinado período, significa que as contratações superaram as demissões. Já quando fecha vagas, significa que as demissões superaram as contratações. Em junho, foram registradas 1.167.531 contratações e 1.168.192 desligamentos.
Em junho do ano passado o país havia gerado 9.821 postos de emprego formal e, em junho de 2016, haviam sido fechadas 91.032 vagas, segundo dados sem ajuste, ou seja, sem contar as declarações feitas fora do prazo.
No ano
No acumulado do primeiro semestre do ano, o Brasil gerou 392.461 empregos com carteira assinada.
Já nos últimos doze meses, segundo o Ministério do Trabalho, foi registrada a criação de 280.093 postos de trabalho formais.
Em todo o ano de 2017, a economia brasileira fechou 20.832 postos de trabalho formais. Foi o terceiro ano seguido em que houve mais demissões do que contratações no país. Entre 2015 e 2017, o país fechou um total de 2,88 milhões de postos.
Setores
Os números do governo revelam que, em junho, houve abertura de vagas em apenas três dos oito setores da economia. O comércio foi o setor que mais perdeu postos de trabalho: no mês passado foram fechadas 20.971 vagas de emprego formal.
Já a agropecuária abriu 40.917 postos de trabalho formal, com destaque para o cultivo de café, que gerou 14.024 postos de trabalho.
- Comércio: fechou 20.971 vagas
- Indústria de transformação: fechou 20.470 vagas
- Construção civil: fechou 934 vagas
- Administração pública: fechou 855 vagas
- Extrativa mineral: fechou 88 vagas
- Agricultura: abriu 40.917 vagas
- Serviços industriais de utilidade pública: abriu 1.151 vagas
- Serviços: abriu 589 vagas
O setor de comércio e a produção industrial foram uns dos setores mais afetados pela greve dos caminhoneiros no final de maio. Em maio, a produção industrial despencou 10,9% e as vendas no comércio recuaram 0,6%.
A greve durou 11 dias, entre 21 e 31 de maio. Os caminhoneiros bloquearam estradas e impediram a circulação até de itens essenciais, como alimentos, gás de cozinha e combustíveis. Serviços básicos, como transportes públicos, foram prejudicados. A principal reivindicação da categoria era a redução do preço do diesel, que foi atendida pelo governo federal.
Dados regionais
Segundo o governo, houve criação de vagas formais, ou seja, com carteira assinada, em quatro das cinco regiões do país em junho deste ano.
A região Centro-Oeste liderou, com a criação de 8.366 vagas formais, seguida pelas regiões, Sudeste (+3.612), Nordeste (+ 3.581) e Norte (+930).
A região Sul, por sua vez, fechou 17.150 postos de trabalho em junho.
Trabalho intermitente
Segundo o Ministério do Trabalho, foram realizadas 4.068 admissões e 1.380 desligamentos na modalidade de trabalho intermitente em junho deste ano. Com isso, houve um saldo positivo de 2.688 empregos no período.
O trabalho intermitente ocorre esporadicamente, em dias alternados ou por algumas horas, e é remunerado por período trabalhado. A previsão do governo é que essa modalidade gere 2 milhões de empregos em três anos.
Foram registradas ainda, no mês passado, 4.525 admissões em regime de trabalho parcial e 3.537 desligamentos, gerando saldo positivo de 988 empregos.
Salário médio de admissão
O Ministério do Trabalho também informou que o salário médio de admissão foi de R$ 1.534,69 em junho. Em termos reais (após a correção pela inflação), houve queda de 0,79%, ou R$ 12,26, no salário de admissão na comparação com maio deste ano.
Em relação a junho de 2017, registrou-se ganho real de R$ 23,49 (1,55%) para o salário médio de admissão, acrescentou o Ministério do Trabalho.
G1 / MINISTÉRIO DO TRABALHO