Após a publicação desta coluna no dia 25 de outubro, a prefeitura de Camboriú respondeu aos questionamentos. Assim como tive uma longa conversa com o técnico Doriedson Garcia, que toca o trabalho da dupla.
Primeiro repasso a resposta da prefeitura, através do Diretor da FME, Natan.
De acordo com o diretor, a FESPORTE autoriza que atletas possam competir por municípios diferentes, em competições diferentes, mas tem que ser liberada pela FME. Questionado que tipo de apoio a dupla recebe da FME, ele respondeu que “Associação de vôlei recebe recursos através do conselho municipal de esportes”. Segundo Natan, Camboriú não tinha vaga para o JASC deste ano, pois houve mudança no regulamento por causa da pandemia. Foi ai que as meninas procuraram outro município para competir, no caso Ascurra.
Na conversa com Doriedson, o técnico trouxe uma versão bem diferente dos fatos.
Na longa conversa, Doriedson falou inclusive do seu apoio ao atual governo na última eleição e o compromisso assumido pela administração em colocar ele em algum cargo para tocar o projeto do vôlei de areia feminino. O Técnico esclareceu que não recebe nem um real da prefeitura para desempenhar este trabalho, assim como as meninas não recebem nem um real da prefeitura para jogar em competições pelo estado.
“Como estou fazendo uma outra graduação, sou contratado como estagiário. Tenho faculdade, pós graduação, quase 30 anos de profissão e sou estagiário na prefeitura de Camboriú” desabafou o técnico.
Questionado pela “ajuda” via conselho, o técnico disse que o valor repassado para a Associação de Vôlei é para projetos sociais desenvolvidos pela entidade e não pode ser usado para atletas de rendimento como é o caso da dupla Sara e Beatriz. “Se fizer isso, o presidente da associação vai preso” declarou.
Em resumo, a dupla de vôlei feminino juntamente com o técnico, formam uma equipe autônoma, que tem seus profissionais e seus patrocinadores. Jogam por qualquer município que tenha vaga em competição ou forneçam qualquer ajuda financeira. Mas, o vôlei de praia feminino pode estar com os dias contados.
Doriedson falou das dificuldades de manter o projeto e continuar competindo com a dupla, principalmente das diversas vezes quem tem que tirar do próprio bolso para viagens, hospedagem e alimentação. O professor disse que se não conseguir uma vaga como ACT no próximo seletivo, pode ter que abandonar o projeto. “Não tem mais como manter. A gente ama o que faz, mas também precisa pagar as contas. E está bem difícil”, finalizou.
Ai eu pergunto: Depois de divulgar as vitórias, trazendo para si os louros das conquistas, sem ajudar em nada, a Prefeitura de Camboriú vai deixar o projeto acabar?
A coluna publicada em 25 de outubro, segue na íntegra abaixo.
Um assunto tem me incomodado nas últimas semanas, mas nos últimos dias ficou insuportável. Mais precisamente neste final de semana, os resultados do JASC me deixaram não com uma pulga, mas centenas delas atrás da orelha.
A dupla de atletas do vôlei de praia feminino, Sara Chiarelli e Beatriz Cruz, tem se tornado destaque nas manchetes aqui na foz do Rio Itajaí, por conquistar títulos por CAMBORIÚ. Beatriz é moradora da cidade e Sara é de Ascurra.
Acontece que a dupla também concorre pela cidade de INDAIAL em vários campeonatos. Em pesquisa feita rapidinho por mim, da a impressão que elas chegam a competir pelas duas cidades, em categorias diferentes, na mesma competição. Em ambas as cidades, elas são apoiadas pela FME de cada município.
Para minha surpresa, na edição deste fim de semana dos Jogos Abertos de Santa Catarina, o JASC, a dupla competiu por uma terceira cidade, Ascurra, no Alto Vale, conquistando o terceiro lugar. O resultado está na tabela da FESPORTE e também na rede social da prefeitura da cidade.
A prefeitura de Camboriú chegou a divulgar na sexta-feira, dia 22, que a dupla estaria representando o município na etapa de São José do JASC, mas a verdade é que o Município não competiu no Vôlei de Praia feminino. Na verdade, conforme a imagem acima e a tabela do JASC, as meninas competiram pelo município de ASCURRA.
Tentei contato com a FME de Camboriú, através da assessoria de imprensa do município, ás 11:51, para pedir esclarecimentos sobre o caso, mas não tive retorno.
Estou tentando também contato com a direção da FESPORTE para entender o caso.
Abaixo, as equipes e cidades que competiram no vôlei de praia feminino neste final de semana.
Camboriú, Indaial ou Ascurra? Afinal, o vôlei de praia é de quem?
Poucas e Boas – Por Gian Del Sent