A semana começou com paralisação de caminhoneiros autônomosem Imbituba, no Sul de Santa Catarina. Os motoristas estão parando os caminhões na SC-437 em frente às Malhas Ferju, embaixo de um viaduto por onde passa o fluxo da BR-101. Os manifestantes ainda colocaram fogo em pneus nos dois lados da rodovia, de forma que a fumaça chegava até a BR-101. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, a paralisação ainda não causa impacto nas rodovias federais e a fumaça em Imbituba não altera a velocidade na rodovia.
O movimento foi convocado pela Associação Brasileira dos Caminhoneiros deve ter adesão pontual em Santa Catarina, principalmente na região do Litoral Norte, em Itajaí e Navegantes; na Serra, em Lages; no Oeste, em Xanxerê e em Maravilha; e, possivelmente, também no Norte do Estado, em São Francisco do Sul. A mobilização nacional é motivada pelos seguidos aumentos no preço do diesel e quer pressionar o governo federal a atender uma série de reivindicações da categoria.
Por se tratar de uma paralisação de autônomos — trabalhadores que têm seus próprios veículos e prestam serviços sem a intermediação de transportadoras — as adesões são pulverizadas e sem liderança formal. Em Navegantes, por exemplo, o Sindicato de Transportadores Autônomos de Cargas de Navegantes (Sinditac) emitiu uma nota sobre a paralisação, cujo ponto de encontro será no pátio posto Santa Teresa, no Km 11 da BR-470.
Já em Maravilha, no Oeste, Mauricio Vendrame, diretor da Cooperativa Catarinense de Transporte de Cargas (Coocatrans), afirma que os 500 caminhões da empresa, que transportam grãos para seis estados, não vão pegar a estrada nesta segunda. Segundo ele, 50% dos custos do frete vêm do diesel, que passou de R$3 para 3,59 o litro no intervalo de 30 dias na cidade.
— É uma necessidade parar. Não temos como absorver mais aumentos e não temos como aumentar nossa margem de ganho, já que todos os produtores também estão enfrentando dificuldades. A nossa única alternativa, então, é pressionar pela redução do custo do combustível —justifica.
Com base em São Miguel do Oeste, o caminhoneiro Junior Bonora participou das paralisações em 2015 e acredita que o momento é favorável para a mobilização, mas que seria necessária a adesão de outros setores da sociedade para haver resultados.
— O valor do frete impacta no preço de tudo que a população consome, mas se o caminhoneiro para a estrada, acaba sofrendo as consequências sozinho — lamenta.
A mobilização nacional dos caminhoneiros pede a redução da carga tributária sobre o diesel. O setor reivindica que a alíquota de PIS/Pasep e Cofins seja ‘zerada’ e a isenção da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico). Os impostos representam quase a metade do valor do diesel na refinaria. Segundo eles, a carga tributária menor daria fôlego ao setor, já que o diesel representa 42% do custo da atividade.
O aumento é resultado da nova política de preços da Petrobrás, que repassa para os combustíveis a variação da cotação do petróleo no mercado internacional, para cima ou para baixo. Nos últimos meses, porém, o petróleo tem apresentado forte alta – na semana passada, chegou a bater na casa dos US$ 80 o barril, valor que não registrava desde novembro de 2014.
Postos
A reivindicação dos caminhoneiros é apoiada pelos donos de postos de combustíveis, que dizem estar perdendo margens com os aumentos de preços. Segundo o presidente da Fecombustíveis, Paulo Miranda Soares, o setor vai sugerir ao governo a redução dos impostos sobre os combustíveis e também que a Petrobrás faça o reajuste em intervalos maiores. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: DC