Caminhoneiros paralisam transporte de contêineres nos portos catarinenses

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Caminhoneiros autônomos que atuam nos portos de Santa Catarina começaram nesta sexta-feira uma paralisação para pedir o aumento no valor do frete. Em Itajaí e Navegantes, 80% da frota que abastece os terminais portuários locais já havia parado até o fim da manhã, o que soma mais de 1,6 mil caminhoneiros. O movimento também ocorre em Itapoá e Imbituba, mas ainda é discreto.

Os motoristas alegam que o preço do frete é baixo no Estado em comparação com outros portos no país, como Santos e Paranaguá. Segundo o sindicato da categoria (Sintracon), o transporte de um contêiner vazio por 15 quilômetros, que custa R$ 239 em Santos, sai por R$ 90 em Santa Catarina _ menos da metade do preço.

O Sintracon alega que o valor é muito baixo para o custo de operação, que aumentou. O sindicato afirma que há margem para mexer nos preços sem impactar na competitividade em Santa Catarina porque os atravessadores têm uma boa margem de lucro no transporte. O intermediário ganharia até três vezes mais do que o motorista autônomo, nas contas da entidade.

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O sindicato patronal de transporte de carga e logística (Seveiculos) emitiu nota em que afirma que tem acompanhado as reivindicações dos autônomos desde o início do ano, mas avalia que a criação de uma tabela fixando valores mínimos ¿não é permitida por lei e pode ser configurada como uma formação de cartel¿.

A entidade alega, ainda, que as empresas associadas ao Seveículos já praticam preços acima dos valores propostos pelo próprio sindicato dos autônomos.

Como a logística de movimentação de contêineres tem prazos razoáveis para operação _ a carga chega ao terminal em média uma semana antes do embarque _ ainda não há reflexos em importações e exportações. No entanto, há risco de prejuízos caso a paralisação se estenda.

A situação é tranquila nos terminais. Segundo o presidente do Sintracon, Ademir de Jesus, os caminhoneiros permanecerão parados por tempo indeterminado.

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