Canal Brasil grava filme simulando morte de Bolsonaro. Apoiadores pedem providências

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Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) criticaram neste sábado (16) uma produção audiovisual em que uma simulação coloca o chefe do Executivo aparece ferido ao lado de uma motocicleta.

Políticos e aliados pediram a investigação de quem teria produzido e financiado o projeto. O Poder360 apurou que o próprio presidente compartilhou em aplicativo de mensagens fotos da suposta gravação e as atribuiu à emissora Globo, acionista do canal.

Procurada, a Rede Globo negou em nota enviada à reportagem que as imagens da produção sejam da empresa. A emissora informou se tratar de um filme do cineasta Ruy Guerra chamado “A Fúria”, que encerrará a trilogia iniciada com “Os Fuzis”, de 1964, e “A Queda”, de 1978.

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De acordo com a empresa, o Canal Brasil –do qual a Rede Globo é uma das acionárias– tem uma participação de 3,61% nos direitos patrimoniais do filme.

O Canal Brasil tem uma participação de apenas 3,61% nos direitos patrimoniais desse filme, mas jamais foi informado dessas cenas e, como é praxe em casos de cineastas consagrados, não supervisiona a produção. Embora tenha participação acionária no Canal Brasil, a Globo não interfere na gestão e nos conteúdos do canal”, afirmou.

Nas imagens compartilhadas nas redes sociais, um homem representando Bolsonaro, com a faixa presidencial, aparece caído e ferido no peito ao lado de uma motocicleta.

Segundo apoiadores do presidente, seria a simulação de um atentado contra o chefe do Executivo em uma motociata –passeio de moto que o presidente faz com apoiadores.

Tentaram matar Bolsonaro uma vez e não conseguiram, agora, até ensinam como fazer”, disse o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do presidente. Em 2018, durante a campanha presidencial, Bolsonaro sofreu uma facada enquanto fazia um ato de campanha em Juiz de Fora (MG).

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, afirmou em seu perfil no Twitter que as imagens serão estudadas para “avaliar medidas cabíveis e apurar eventuais responsabilidades”.

Em seguida, Torres informou pelo Twitter que determinou o encaminhamento do caso à Polícia Federal.

Ex-secretario especial de Comunicação Social e atual integrante da campanha de reeleição, Fabio Wajngarten, questionou quem teria financiado o projeto e o responsável pela suposta produção.

A ‘Cultura do BEM’. Roteiro: Motociata seguida de assassinato do Pr. Discurso/conteúdo de ódio? Tem 48 horas para explicação? Já descobriram a produtora? Quem é o diretor? Quem é o roteirista? Vai ser veiculado onde? Quem tá financiando?”, disse.

Em publicação que foi excluída, a deputada Carla Zambelli (PL-SP) chegou a afirmar que a gravação teria sido feita no Projac, nome dado aos Estúdios Globo.

Em outra publicação, a congressista afirmou que “um vídeo foi feito encenando a morte do Presidente num ‘acidente’ de moto”. Ele pediu oração e disse que há “uma guerra do bem contra o mal”.

O vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) também se manifestou sobre o caso pelo Twitter. Disse que repudia “veementemente qualquer ato que possa estimular a violência a quem quer que seja”. Ele considerou o episódio um “ato imoral à nação e ao governo federal”.

Eis a íntegra da nota da Globo divulgada em 16.jul.2022 às 15h50:

“A Globo desmente que pertençam a produções suas – seja para canal aberto, canais fechados próprios ou Globoplay – vídeo e fotos que estão circulando nas redes sociais de gravação de obra ficcional mostrando um atentado ao presidente da República. A Globo não tem nenhuma série, novela ou programa com esse conteúdo. Segundo foi informada, a gravação seria de um filme do cineasta Ruy Guerra chamado ‘A Fúria’, que pretende fechar a trilogia iniciada com ‘Os Fuzis’, de 1964, e ‘A Queda’, de 1976.

“O Canal Brasil tem uma participação de apenas 3,61% nos direitos patrimoniais desse filme, mas jamais foi informado dessas cenas e, como é praxe em casos de cineastas consagrados, não supervisiona a produção. Embora tenha participação acionária no Canal Brasil, a Globo não interfere na gestão e nos conteúdos do canal.”

Via Poder 360

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