Carnaval de Balneário Camboriú resgata as antigas tradições e reúne multidão na orla da cidade

Publicidade

Na cidade que é considerada a capital catarinense da música eletrônica, a programação de Carnaval de Balneário Camboriú tem uma proposta de resgatar as antigas tradições e de reunir as famílias. Na noite de domingo, quem abriu a folia ao som de maracatu foi o bloco INDCE, que apresentou um desfile com 10 bonecos gigantes confeccionados em oficinas gratuitas e abertas à comunidade do projeto Folias de Carnaval, que teve recursos captados via Lei Rouanet.

— A ideia nasceu a partir de uma pesquisa que fiz sobre o Carnaval da década de 1950 em Itajaí e região. Encontrei vários registros de bonecos, era uma tradição. As pessoas referenciam muito a Olinda, mas aqui teve antes. Lá começou no final dos anos 1970 — conta o historiador e artista plástico Dagoberto Coelho.

Para Carlos Dieckmann, presidente da Liga Carnavalesca Independente de Balneário Camboriú, o Carnaval de rua da cidade só deve crescer:

Publicidade

— A família carnavalesca está se formando. Até os moradores de um dos prédios mais altos da cidade se reuniram e formaram um bloco — diz, animado.

A programação segue até terça-feira, mas domingo foi o principal dia, com desfiles de oito blocos. O maior da cidade, o Inimigos da Segunda, foi o penúltimo da noite a invadir a Avenida Atlântica. Com mais de 1500 foliões, o bloco apresentou um repertório de marchinhas clássicas e hits do momento revisitados (teve até Wesley Safadão), e quem garantiu o abadá ainda pôde aproveitar um open bar de cerveja, água, refrigerante e até tequila. É a nona vez que o Inimigos participa da folia – no começo, os organizadores chegaram a ser detidos por desordem.

Desfilou também na avenida o Imperador, bloco formado por cerca de 70 integrantes da Escola de Samba Imperador, de Itajaí. O presidente Levi José de Matos conta que como na cidade não tem mais Carnaval, a escola decidiu participar da festa de Balneário Camboriú em uma versão bloco:

— Lá temos 450 componentes, é outra coisa. Aqui tá começando, mas espero fazer um bom Carnaval, para o povão mesmo.

Como os desfiles dos blocos são restritos para quem adquiriu os abadás, resta ao público se aglomerar na calçada ou no calçadão à beira-mar para assistí-los passar. Em alguns momentos, chegava a ser difícil caminhar.

Paralelamente ao agito na Avenida Atlântica, parte dos foliões faziam sua própria festa na areia. A praia estava lotada de gente com seus coolers, cadeiras de praia e caixinhas de som. Um grupo de amigos de Maringá, Paraná, contou que vem curtir as baladas eletrônicas de BC nesta época há quatro anos. Neste domingo, eles deram uma pausa na balada para curtir a festa popular. O motivo? Dinheiro mesmo:

– A balada tá cara – comentou um deles. E viva o Carnaval de rua.

 

Por Diário Catarinense

Publicidade