Com forte viés político e pessoal, reunião para fundar associação “pró Marambaia” fracassa.

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Aconteceu na noite deste sábado, dia 16, em um edifício na Barra Sul, a primeira reunião para a fundação de uma associação “Pró Marambaia”.

Os “cabeças” do movimento, que achavam que teriam grande adesão, não tiveram uma boa aceitação de um grupo que realmente se preocupa com a saúde do Rio Marambaia. O primeiro grupo, criado em 2017, e tem buscado reais soluções e se unindo em prol do rio, não aderiu por ter visto o claro viés político e pessoal dos organizadores do novo movimento.

O novo movimento que pretende criar uma associação, é encabeçado por André Guimarães, dono da empresa que pretende instalar o BC Port na cidade e por Marcos Ricardo Weissheimer, ex-secretário de administração e ex-secretário de articulação no governo de Edson Piriquito, entre diversas outras pessoas conhecidas no meio político da cidade.

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A reunião ocorrida neste sábado foi, coincidentemente, divulgada em grupos do Whatsapp por pessoas que apoiam incondicionalmente a implantação do BC Port na cidade.

De acordo com informações, pessoas ligadas as passeatas que aconteceram durante o pico da temporada, com faixas dizendo que a praia estava contaminada, estariam também entre os participantes do “novo movimento” que pretende se instalar na cidade.

Intenções

Entre as intenções deste movimento, além da criação de uma associação, é processar a prefeitura de Balneário Camboriú, culpando o atual prefeito, Fabrício Oliveira, pela poluição do Rio Marambaia e a possível poluição que tem causado na Praia Central de Balneário Camboriú.

Segundo informações apuradas pelo Portal Visse, o “novo movimento” pretende levar a ideia adiante, mesmo sem a adesão do principal grupo que já trabalha no assunto há mais de dois anos.

Grupo Rio Marambaia

Antes mesmo da reunião, na sua página no Facebook, o grupo Rio Marambaia informou que haviam recebido o convite de um outro grupo para a reunião deste sábado, mas ainda não tinham detalhes do que se tratava. Na postagem, foi falado que não criaram uma associação pelas questões burocráticas e que mesmo assim, haviam tido grandes conquistas junto ao poder público e entidades de classe.

Hoje existem estruturas organizadas através do Comitê do Rio Camboriú e Contíguas, que abrange o Rio Marambaia. Existe o núcleo da Acibalc, este assunto também foi votado como prioridade número um pelo planejamento do Sebrae, foi pauta do Fórum das Entidades que abrange as principais associações de Balneário Camboriú. Conquistamos uma cadeira no Conselho de Saneamento, que foi criado pelo prefeito e aguardamos oficialização para divulgar as atas da 3 reuniões já realizadas. concluiu um dos representantes.

E finaliza em um dos comentários: Respeitamos esta iniciativa, a única sugestão é partir de onde já conseguimos chegar com o apoio de muitos moradores há mais de dois anos, mantendo a imparcialidade política e econômica como foi até o momento.”

História

Iniciada em 1983 e inaugurada pela CASAN no ano de 1985, a rede coletora de esgoto foi o último “grande feito” nas questões de saneamento em Balneário Camboriú. O responsável por isso foi o Victor Fontana, vice-governador no primeiro mandato de Esperidião Amin no governo de Santa Catarina em 1983. Fontana era responsável por todas as estatais do estado e comandava a área de investimentos da CASAN. Sabendo do potencial de Balneário Camboriú e a necessidade da obra, colocou como prioridade o sistema de esgoto na cidade.

Nos anos seguintes, na gestão da CASAN, poucas grandes intervenções foram feitas. Foram agregados esgotos de várias áreas da região norte da cidade ao atual emissário que envia o esgoto para tratamento no Bairro Nova Esperança, mas nenhuma ação para melhorar essa rede foi feita.

Depois que o município assumiu o sistema de água e esgoto com a criação da EMASA, diversos projetos começaram a ser elaborados no governo Rubens Spernau, nas mãos do então diretor Gerson de Borba Dias. Mas, pelo curto espaço de tempo entre a criação da autarquia e a mudança do governo, pouca coisa saiu do papel.

Entre as obras projetadas e licitadas pelo governo Rubens, foi a ETE do bairro nova esperança inaugurada em 2012. O resultado da licitação foi homologada início de 2009 como uma “gentileza” de Rubens ao então prefeito eleito, Edson Piriquito.

Nos anos seguintes, uma sequência de obras iniciadas e não acabadas pela EMASA, fizeram os 8 anos do governo ERD ter poucas evoluções nas questões de coleta de esgoto e algumas na questão da água.

O atual governo, tem terminado algumas obras do governo anterior e feito algumas evoluções neste sentido. Se tudo correr conforme divulgado, Balneário terá em breve 100% da cidade com coleta de esgoto.

Poluição

Se a cidade tem 95% de rede coletora de esgoto instalada, porque a poluição do Rio Marambaia ainda existe?

Pelo simples motivo de ainda existir milhares de imóveis que, mesmo com a rede passando na porta, não ligam corretamente o esgoto e o despeja na rede pluvial que acaba caindo no Rio Marambaia.

Sem contar o emissário que corta a Av Brasil ponta a ponta, que não tem capacidade de atender toda a demanda e extravasa em diversos pontos da rede pluvial.

Só para termos uma dimensão do problema, o Rio Marambaia que vemos desembocar no pontal norte e só vemos aparecer a partir da rua 1601, nasce no pátio do CEM Vereador Santa. O antigo “Ribeirão do Nim” e conhecido hoje por “Canal do Marambaia” é todo tubulado e vem por galerias, cortando a cidade, passando pela Matriz Santa Inês, Camelô da Matriz, Rua 900, Camelô da Brasil, Praça Higino Pio, Av da Lagoa, Rua 1001 e segue seu curso.

Neste trajeto, ainda existe milhares de ligações de esgoto clandestinas. A rede pluvial da cidade cai nesta galeria e, consequentemente, as ligações irregulares de esgoto que são ligadas nessa rede, também.

Motivações

Temos visto diversas manifestações de políticos, que administraram a cidade por anos, acerca do assunto. A motivação é clara e óbvia. Oposição política. Estes posicionamentos tem gerado matérias em diversos veículos de comunicação em todo o estado e abre margem para todo o tipo de especulação. Há indícios de matérias plantadas até em outros estados. Tivemos uma temporada fraca, mas é inegável que estas notícias pioraram um pouco mais a situação. E quem comprova isso é o próprio ramo hoteleiro.

Desde a época Castro, os relatórios da antiga FATMA, hoje IMA, apontam o pontal norte como impróprio para banho, como pode ser visto na imagem abaixo. O mesmo acontece em outros pontos da praia. Quem é da cidade sabe por quantas vezes a praia ficou totalmente imprópria para banho e quanta gente pegou micose na areia da praia central. O que reforça a teoria de que, boa parte das reclamações, não passam de discurso político. A diferença, é que hoje as informações são rápidas e estão ao alcance de todos o tempo todo e a sede pelo poder está muito maior.

 


Os mesmos resultados se repetiam em 98, 2000, 2001… e assim por diante até os dias de hoje. O ponto da 3900 em especial, só melhorou os índices depois de 2005, com a construção do Molhe da Barra Sul. O que mostra que o Rio Camboriú influencia, e muito, na saúde da nossa orla.

Os mesmos que governaram a cidade por décadas, hoje reclamam de um problema que, além de ajudarem a criar, nada fizeram para resolver. Mas cobram resultados como se fosse recente.

Agora, além das motivações políticas que tem prejudicado muito mais a cidade do que a administração municipal propriamente dita, tem as motivações pessoais de quem briga para ter o seu lugar ao sol. Impondo a sua opinião e querendo enfiar goela abaixo as suas ideias e seus projetos pessoais. Não sabem lidar com negativas e simplesmente enlouquecem sempre que são contrariados.

E estes cidadãos que tentam de todo jeito mandar na cidade, correm um grande risco de entrar para a lista de pessoas “non gratas” por aqui. A mesma lista que fez muitos sumirem da cidade e tem aberto linhas para ex gestores, que tem se comportado como se estivessem em palanques, prejudicando não apenas um grupo político, mas toda uma cidade.

Pessoas assim, a jovem senhora de 55 anos, Balneário Camboriú, já está farta.

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