Corrupção no TCE pagou R$ 900 mil em despesas de Pezão, diz delator

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O esquema de corrupção no Tribunal de Contas do Estado (TCE) do Rio teria bancado R$ 900 mil em despesas do governador Luiz Fernando Pezão. A afirmação é de Jonas Lopes Neto, filho do ex-presidente do TCE Jonas Lopes e delator do esquema ao lado do pai.

Jonas Lopes Neto disse ao Ministério Público Federal que a informação lhe foi passada por Marcelo Santos Amorim, conhecido como Marcelinho, que foi subsecretário de Comunicação do governo do Rio e é apontado pelos delatores como operador de Pezão no esquema.

Os valores teriam sido pagos por empresas de alimentação que tinham contrato com o governo e foram beneficiadas pela transferência de um fundo de R$ 160 milhões do TCE para pagamento de refeição em presídios estaduais.

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O tribunal concordou em abrir mão do fundo em troca de propinas equivalentes a 15% dos contratos. Por ter intermediado a negociação com as empresas, Marcelinho ficou com 1% do valor, disseram os delatores.

Segundo o termo de colaboração, Marcelinho “apresentou ao colaborador uma anotação indicando que teria arrecadado quase R$ 900 mil junto às demais empresas (de alimentação), mas teria utilizado a quantia para pagamento de despesas do governador Pezão”.

Marcelinho foi alvo de condução coercitiva na Operação Quinto do Ouro, que prendeu na última quarta (29) cinco conselheiros do TCE.

Em sua delação, o ex-conselheiro Jonas Lopes disse que Pezão sabia dos esquemas de propina no TCE e chegou a organizar um jantar em sua casa para aparar arestas entre os outros beneficiários da propina, que discordavam entre si a respeito dos repasses.

Lopes acusou o ex-secretário de obras do estado Hudson Braga de pedir propina em nome do TCE e não repassar para o órgão. Braga foi preso em novembro pela Operação Calicute, junto ao ex-governador Sergio Cabral.

Durante um encontro regado a vinho português Barca Velha, Pezão definiu que os repasses passariam a ser acompanhados por Wilson Carlos, ex-secretário de governo de Cabral, também preso.

Por meio de nota, Pezão disse nesta segunda (3) que “que desconhece o teor das investigações e nega que tenha recebido valores ilícitos ou autorizado qualquer pessoa a receber”.

“O governador destaca que continua à disposição da Justiça para quaisquer esclarecimentos”, conclui o texto.

Por Folha

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