Covid-19: “Assintomáticos praticamente não transmitem a infeção”, diz a OMS

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“Parece ser muito raro uma pessoa assintomática transmitir o vírus”, disse em conferência de imprensa, na tarde de dia 8, a responsável do departamento de doenças emergentes e zoonoses da Organização Mundial de Saúde, Maria Van Kerkhove.

A afirmação da investigadora, que tem sido a porta-voz preferencial desde o início da pandemia de Covid-19, representa uma linha oposta à que tem sido seguida até agora e que justifica, por exemplo, o uso generalizado de máscaras de proteção.

As medidas de controle da pandemia, adotadas em praticamente todo o mundo, assentam na presunção de que as pessoas que testam positivo para o vírus, mas não apresentam qualquer sintoma, também são capazes de transmitir a doença. Esta reviravolta é mais um sinal de que o vírus SARS-CoV-2 continua a baralhar a comunidade científica de todo o mundo.

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Reforçando que a organização se mantém vigilante e atenta aos estudos epidemiológicos que vão surgindo, a responsável da OMS refere um trabalho feito em Singapura, em que foram cuidadosamente seguidas as pessoas que testaram positivo e todos os seus contatos, em que se conclui que o contágio por pessoas que não têm febre, nem tosse, nem qualquer dos sinais associados ao vírus, é praticamente nulo.

Já se percebeu que as pessoas jovens e saudáveis, quando infetadas por coronavírus, não desenvolvem sintomas ou apresentam apenas sintomas muito ligeiros. Noutros casos, os sintomas podem surgir apenas vários dias após o contágio.

 “A partir dos dados que temos, parece raro que uma pessoa assintomática transmita a infeção a outro indivíduo. É muito raro.” MARIA VAN KERKHOVE

“A partir dos dados que temos, parece raro que uma pessoa assintomática transmita a infeção a outro indivíduo. É muito raro”, reforçou.

Vários relatórios apresentados até agora, como um trabalho divulgado em abril pelo Centro de Controle de Doenças americano (CDC), apontavam a transmissão por indivíduos sem sintomas como o principal entrave ao combate à doença. Esta suposição justificou boa parte das medidas de contenção, como o isolamento social, o uso obrigatório de máscaras ou até o fecho das escolas – temia-se que os jovens, que escapam ao vírus quase sem sinais, poderiam transmiti-lo à população mais frágil.

“No que temos de nos focar é no seguimento dos casos sintomáticos”, disse Van Kerkhove. “Se de facto seguirmos os casos sintomáticos, os isolarmos, seguirmos os contactos e mantivermos em quarentena estes contactos, iremos reduzir drasticamente a transmissão”, admitiu.

Por Visão Saúde

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