No mês das águas, o Portal Visse traz mais uma denúncia gravíssima envolvendo o Meio Ambiente de Camboriú, onde crimes ambientais são cometidos pela própria prefeitura, sem que nada seja feito, em total certeza da impunidade.
É de conhecimento de todos que a cidade de Camboriú não tem esgoto tratado e que a solução para esse problema está muito longe de chegar. O problema é que além de não fazer nada para resolver a situação a Prefeitura de Camboriú consegue piorar ainda mais quando não descarta corretamente os efluentes que ela mesma coleta.

O Portal Visse investigou e apurou nos últimos meses diversas situações em que os caminhões hidrojato da prefeitura de Camboriú, que estão sob a tutela da Secretaria de Obras e da Secretaria de Saneamento, estão despejando o esgoto e demais efluentes, coletado nas vias, creches, postos de saúde, residências e até do Hospital, de maneira ilegal em córregos, valas, estações inoperantes e até mesmo no solo.
A atividade é um CRIME AMBIENTAL GRAVE e, segundo informações apuradas pela reportagem, são ordenadas pela própria prefeitura, através da Secretaria de Saneamento (SESB), que determina aonde os caminhões devem ser esvaziados.
Pelo certo, os efluentes coletados pelos caminhões da prefeitura deveriam seguir para estações de tratamento mais próximas. Mas de acordo com o apurado pela reportagem, a situação não é bem assim.
Confira
ESTAÇÃO QUE NÃO FUNCIONA
Na imagem acima, registrada em novembro de 2022, é possível ver o caminhão hidrojato na estação de tratamento do loteamento Jardim Europa fazendo o descarte dos efluentes coletados nos serviços da prefeitura. Do lado esquerdo, está um córrego que desagua no Rio Camboriú, acima do Parque Linear, onde a cor muda para uma tonalidade escura exatamente no cano de saída da estação. A estação de tratamento não funciona e nada é tratado no local, o esgoto entra e sai do mesmo jeito.
O motorista do caminhão, uniformizado e identificado como funcionário da Secretaria de Saneamento (SESB), abre o cadeado da estação e faz o descarte do efluente que está no caminhão.


O cano de descarte do hidrojato é ligado no ladrão da estação de tratamento, sem que passe nos demais estágios, indo direto para o ribeirão que corre atrás do loteamento.
CÓRREGO NO RIO PEQUENO
A reportagem flagrou dois caminhões da prefeitura prontos para descartar os efluentes em um ribeirão localizado na Rua Rio Guarani, no Bairro Rio Pequeno. O local é um dos identificados pela reportagem como usado frequentemente para o descarte dos efluentes que são coletados na cidade.
O caminhão estava sendo acompanhado por um funcionário da Secretaria de Obras que seguia o serviço de moto.
Um caminhão chega, se prepara para o descarte e logo depois chega um segundo caminhão. Provavelmente por verem que estavam sendo observados, os funcionários abortam a ação e seguiram para o terreno da prefeitura onde funciona a estação de transbordo de lixo da empresa Ambiental, o antigo lixão no Bairro Rio Pequeno.
DIRETAMENTE NO SOLO
Outro local no Rio Pequeno que é usado para descarte dos caminhões é no final da Rua Rio Pardo, onde fica o antigo lixão da cidade e hoje abriga a estação de transbordo de lixo da empresa Ambiental Serviços Urbanos.
O terreno pertence a Prefeitura de Camboriú e o descarte é feito no solo, sem qualquer tipo de armazenamento ou tratamento. A reportagem registrou o momento em que um dos caminhões chega e realiza o esgotamento do efluente.
A reportagem gravou um vídeo no local logo após a saída do caminhão. Segundo informações coletadas nos arredores, a ação é frequente e praticamente todos os dias um caminhão é esgotado no local.
O QUE DIZ A PREFEITURA
A reportagem do Portal Visse procurou a assessoria de imprensa da prefeitura para saber quem seria o responsável por indicar o destino final dos efluentes coletados pelos hidrojatos da Obras e da SESB, e consequentemente culpado pelo crime ambiental cometido.
Em resposta através da assessoria, a Secretaria de Obras informou que não há efluentes de esgoto no que é coletado pelos caminhões que prestam serviço para a pasta. Já sobre os caminhões que prestam serviço para a SESB, a assessoria repassou que a pasta esclareceu que o destino final seria determinado pela empresa terceirizada.
As imagens coletadas pela reportagem nos últimos meses desmentem claramente as alegações dadas via assessoria de imprensa. Sem contar que a fiscalização ambiental é feita pela Prefeitura, através da FUCAM, que deveria acompanhar de perto a situação mas parece fechar os olhos.
Aguardamos a ação das autoridades para que os servidores públicos responsáveis sejam identificados e devidamente responsabilizados.