Crise na indústria da construção naval faz sobrarem vagas nos cursos de formação em Itajaí

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Os reflexos da crise na indústria da construção naval chegaram aos cursos de formação em Itajaí. No Senai, o início das aulas, que deveria ter ocorrido no dia 6 de fevereiro, foi adiado para março por falta de alunos. Entre os inscritos há jovens vindos do Paraná, Rio de Janeiro e do Espírito Santo, que esperam que a turma atinja pelo menos 35 alunos. Caso contrário, terão que desistir da formação.

Numa tentativa de angariar novos colegas, os alunos criaram uma página de divulgação no Facebook. As vagas continuam abertas para preenchimento.

Nos tempos de vacas gordas na indústria naval offshore, até 2014, as matrículas do Senai eram preenchidas em no máximo 15 dias, e havia fila de espera. A promessa era de um campo de trabalho em expansão, com bons salários, vagas de sobra, e sedento por profissionais com qualificação.

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O interesse dos estudantes começou a minar conforme a retração avançava _ resultado de uma conjunção de fatores como a queda no preço do barril de petróleo e a crise de credibilidade da Petrobrás após o início da Operação Lava Jato.

Itajaí e Navegantes, que concentram a indústria naval offshore em Santa Catarina, chegaram a ter 10 mil empregados no setor. No ano passado, esse número reduziu 60% devido ao cancelamento de encomendas da Petrobras.

Situação semelhante à do Senai ocorreu na Univali. Em 2016 o curso de Tecnologia em Construção Naval não recebeu novos calouros. Desta vez conseguiu-se formar um grupo de alunos para começar o curso, com 22 a 30 matriculados por disciplina. Mas é praticamente a metade do número de calouros que chegava a cada semestre até três anos atrás.

O desinteresse pela construção naval preocupa a indústria, que aposta em uma recuperação a partir do ano que vem. Não só a exploração do pré-sal deve voltar a tomar ritmo, mas a crise do petróleo no mundo tende a uma recuperação.

Coordenador do curso da Univali, o professor Marcelo Hoffmann tem motivado os alunos com esse cenário. A expectativa é evitar o esvaziamento dos cursos, para que haja profissionais qualificados quando a indústria voltar a crescer.

 

Por O Sol Diário

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