Curiosidades nas contas dos candidatos na eleição de 2022

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As campanhas eleitorais por si só já são divertidas e interessantes em suas essências, mas confesso que o pós também tem suas peculiaridades que tornam a prestação de contas dos candidatos um show a parte.

Isso vai desde valores declarados, serviços contratados, quem foram os contratados e as contas que aparecem após o pleito. Alguns casos confesso que seria caso de polícia.

Não vou citar nomes, pois estou cansado de responder processo e gastar com advogado por citar envolvidos em coisas estranhas, mesmo que seus nomes estejam em documentos e processos públicos. Mas tudo está disponível no site oficial do TSE, só precisa perder um tempo e dar uma pesquisada.

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MUITO MATERIAL 

Tem um vereador da região que foi candidato, e não se elegeu, que recebeu uma bela bolada do fundo eleitoral, mesmo sendo eleito para o legislativo com algo em torno de 1000 votos em 2020. Dinheiro veio a rodo, isso é fato. Mas os gastos deste candidato chamou muito atenção.

Entre os gastos, mais da metade foi com material gráfico. Olhando os números e prestação de contas este candidato supostamente produziu mais de 1,5 milhão de santinhos com sugestões de votos, as conhecidas “colinhas”. Foram supostamente produzidos também quase 600 mil panfletos de 15×21, chamado de “cartas”, e mais 1200 perfurados para carros. Haja carro hein?

Isso sem contar 12 mil botons, conhecido como “praguinha”, adesivos bola, adesivos de para-choque, bandeiras e outras coisas mais. Tudo isso em uma única gráfica, totalizando quase R$ 260 mil reais. Isso sem contar o material produzido em três outras gráficas.

Outra coisa que chama atenção é o fato de que essa gráfica que fez esse mundarel de material tem uma estrutura pequena e enxuta. O CNPJ da gráfica, pasmem, tem como sócia a irmã de um assessor deste vereador/candidato. Pode isso? O assessor também ganhou uma beirada, que na prestação de contas aparece como panfletagem, mas também assina como administrador financeiro da campanha.

Na quinta-feira antes da eleição, dia 29, vários carros com adesivo do candidato estavam estacionados em frente a esta gráfica. Família e vizinhos do estabelecimento apoiando ou reunião política na gráfica que papou mais da metade dos gastos? Vai saber.

TAXA DE SUCESSO

Tem uma empresa que ganhou uma notinha no jornal falando sobre o destaque do trabalho nas eleições deste ano, elegendo dois candidatos. O que não falam é que, declarado em prestação de contas, a tal empresa trabalhou para 10 candidatos e um partido político. Dos trabalhos declarados, só um foi eleito a estadual. Este tentava reeleição e foi o único do partido a entrar na ALESC.

Com a taxa de sucesso de 10%, um fiasco para quem se auto intitula especialista, ministra cursos e ganhou notinha em jornal, a empresa abocanhou dos 10 candidatos quase 330 mil reais. Lembro que em 2020 as sócias da empresa trabalharam para um candidato que tentava reeleição para vereador, mas ficou de fora por menos de uma dúzia de votos.

Porém o que mais chama atenção neste caso é que uma das sócias é nomeada na ALESC desde o início do ano, como cargo comissionado do partido deste deputado eleito. A mesma empresa também vendeu serviço para a ALESC no ano passado. A mesma empresa também aparece ganhando uma boa grana com um deputado federal no início deste ano. Viva o network né?

ECONOMICO

Teve candidato também que ganhou quase 900 mil reais do fundo eleitoral mas não chegou a gastar 240 mil, para fazer uma beiradinha de votos. Porque tanto para tão pouco enquanto outros ficaram sem nada? Não consigo entender esses critérios.

As atrocidades são muitas. Vou trazendo para os leitores a medida que vou achando.

Tudo está no https://divulgacandcontas.tse.jus.br/


 

Curiosidades nas contas dos candidatos na eleição de 2022
Poucas e Boas – Por Gian Del Sent

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