Da Petrobras aos postos: entenda a dinâmica do preço da gasolina

Publicidade

Distribuidoras explicam como estabelecem os valores, que geralmente aumentam mesmo com anúncios de diminuição por parte da Estatal.

Independentemente de diminuição ou aumento anunciados pela Petrobras, os consumidores tendem a sentir somente o reajuste nas bombas de gasolina e diesel. Foi o que aconteceu em outubro, quando a Estatal comunicou duas reduções no litro dos combustíveis, mas que não foram revertidas em descontos aos condutores. Nesta semana, no entanto, os valores foram atualizados: cerca de R$ 0,12 a mais pela gasolina e R$ 0,17 pelo diesel, que foram percebidos já no dia seguinte tanto pelos donos de postos, quanto pela população.

Para tentar entender a dinâmica de preço da gasolina, o Diário Catarinense consultou ainda na terça-feira os representantes dos sindicatos dos postos de gasolina, que creditaram os frequentes aumentos à revenda por parte das distribuidoras. Essas, por sua vez, tentam explicar o cenário, mas amparam-se na questão da livre concorrência do mercado, que lhes confere o direito de praticar a política de preço que julgarem mais conveniente.

Apesar de o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom) não ter respondido aos questionamentos da reportagem alegando que não interfere nos preços das distribuidoras, Sindicato das Distribuidoras Regionais Brasileiras de Combustíveis (Brasilcom) se pronunciou por meio de seu diretor institucional, Sergio Masillon. Confira as respostas:

Publicidade

As distribuidoras vão repassar o último aumento aos donos de postos de gasolina?
Os preços dos combustíveis são livres e cada empresa distribuidora tem sua estrutura de custos e sua política de preços. Cremos que haverá algum ajuste, maior ou menor dependendo de cada empresa. As margens das distribuidoras não contemplam, como regra geral, condições de absorver uma variação de preço como a feita pela Petrobras sem que seja feito o repasse, porém, a política de preços é definida por cada distribuidora, e busca contemplar sua estratégia de estoques, agressividade no mercado, tática de comercialização e especialmente sua imagem e orientação em cada mercado onde atua.

Aqui em SC, o representante de um sindicato dos postos se queixou que, nas últimas duas diminuições, as distribuidoras não diminuíram os valores, mas que o aumento atual (de cerca de R$ 0,12) já havia aparecido na manhã de hoje. Por que isso acontece?
Cada distribuidora define sua política de preços. No Estado de Santa Catarina temos mais de vinte distribuidoras em operação. Desta forma, nunca existirá um padrão de comportamento semelhante para todas as empresas, visto que o mercado é livre para que cada uma pratique o preço que desejar, à semelhança dos preços praticados na revenda,que são os que atingem diretamente aos consumidores. A base de formação de preços é extensa e envolve não somente os custos dos produtos fornecidos pela Petrobras, mas também outros custos como o do etanol anidro, que compõe 27% da gasolina vendida nos postos, os impostos estaduais e os custos individuais e expectativa de margem de cada empresa distribuidora e cada posto revendedor. Desta forma, não é possível estabelecer um padrão de comportamento dos diversos agentes que compõem este mercado.

Por Gabriela Duarte
O Sol Diário

Publicidade