Desemprego sobe para 8,8% no primeiro trimestre de 2023

SINE/SECOM SC
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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta sexta-feira (28) que a taxa média de desemprego no Brasil subiu para 8,8% no primeiro trimestre deste ano. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) e ficaram abaixo das expectativas do mercado, que esperava alta de 9%.

Em comparação ao trimestre anterior, o número de desempregados cresceu 10%, totalizando 9,4 milhões, um acréscimo de 860 mil pessoas à procura de trabalho. O total de ocupados teve uma redução de 1,6%, ou 1,5 milhão de pessoas a menos, ficando em 97,8 milhões.

Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, explica que esse movimento é observado sazonalmente em todos os primeiros trimestres da pesquisa, à exceção de 2022, que foi marcado pela recuperação do mercado de trabalho após a fase mais crítica da pandemia. “Esse resultado do primeiro trimestre pode indicar que o mercado de trabalho está recuperando seus padrões de sazonalidade, após dois anos de movimentos atípicos”, afirma ela.

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O nível de ocupação, que diz respeito às pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar, teve uma queda de 1 p.p. em relação ao trimestre anterior, chegando a 56,1%. Em relação ao mesmo período do ano passado, houve um aumento de 1 p.p.

“A queda na ocupação reflete principalmente a redução dos trabalhadores sem carteira, seja no setor público ou no setor privado”, diz Beringuy. Entre aqueles sem carteira assinada no setor público, houve uma queda de 7% no trimestre encerrado em março, ou menos 207 mil pessoas. No setor privado, a queda foi de 3,2%, ou menos 430 mil pessoas. O total de trabalhadores por conta própria com CNPJ caiu 8,1%, ou menos 559 mil pessoas.

Beringuy avalia que a retração do emprego sem carteira assinada aparece em algumas atividades econômicas, em especial agricultura, construção e comércio, que recuaram, respectivamente, 2,4%, 2,9% e 1,5%. “Na construção, essa queda está focada no setor de edificações e tem uma característica muito sazonal”, diz ela. Administração Pública e Outros Serviços também tiveram queda, de 2,4% e 4,3%.

O número de pessoas fora da força de trabalho ficou em 67 milhões, uma alta de 1,1 milhão, ou 1,6%, em relação ao trimestre anterior. Na comparação anual, o contingente avançou 2,3%, com mais 1,5 milhão de pessoas.

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