Diante do recorde de casos de dengue, SC planeja ações para evitar epidemias no próximo ano

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Santa Catarina apresentou número recorde de casos de dengue, chikungunya e zika vírus neste ano. O cenário preocupante inclui oito cidades, todas do Oeste, com epidemia de dengue. No ano passado apenas Itajaí havia registrado tamanha proliferação. Além disso, são quase 4 mil casos autóctones da doença, ou seja, contraídos dentro do Estado.

Diante desse cenário e do início da temporada de calor e chuva, quando a proliferação do mosquito aumenta, a Diretoria da Vigilância Epidemiológica de SC (Dive-SC) planeja estratégias para tentar reduzir os números no próximo ano. Especialistas, porém, alertam que é fundamental que as ações sejam contínuas para evitar novas epidemias.

O coordenador estadual do Programa de Controle da Dengue da Dive SC, João Fuck, explica que a situação prevista para a próxima temporada é preocupante, já que o número de focos voltou a subir e, por isso, é fundamental a intensificação das ações. Ele acrescenta que, o maior número de casos acontece entre fevereiro e março.

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O médico infectologista e professor da Universidade do Vale do Itajaí Pablo Sebastian Velho explica que com as mudanças de equipe nas prefeituras no fim deste ano, o trabalho do Estado de capacitação deve ser redobrado:

— Essas medidas [preventivas] têm de ser feitas o ano inteiro. A gente está falando de dengue, que é uma doença grave, chikungunya, que tem complicações articulares, e zika, que tem a questão congênita. Então depende de uma continuidade de ações para diminuir os focos dos mosquitos.

Para o infectologista, os municípios também devem fazer seu papel, que é principalmente mobilizar a população:

— A doença chegar ao Estado é inevitável, o que se consegue diminuir é a população de mosquito que vai fazer a transmissão para pessoas saudáveis — reforça.

Ações previstas em SC:

Levantamento dos focos

Os municípios já estão realizado o Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (Lira). A expectativa da Dive é que o estudo seja feito nos 50 municípios considerados infestados pelo mosquito e nas 22 cidades sob risco de infestação. Com o levantamento em uma amostra dos imóveis existentes, o Lira apresenta os principais depósitos encontrados no ambiente, potenciais criadouros do mosquito e o número de focos identificados durante as vistorias. Os dados consolidados devem ser divulgados no início de dezembro e servem para mapear onde intensificar ações.

Capacitação

Entre os dias 22 a 24 de novembro será realizada uma reunião em Balneário Camboriú com os supervisores regionais e os coordenadores municipais dos programas de controle da dengue de municípios infestados pelo mosquito Aedes aegypti ou com transmissão de dengue, chikungunya e zika no Estado. Nessa reunião, serão debatidas estratégias operacionais, utilização adequada de inseticidas, integração com outras áreas da saúde e demais áreas da administração municipal.

Diagnóstico das dificuldades

Os municípios catarinenses estão respondendo perguntas sobre as principais dificuldades na hora de combater o mosquito Aedes aegypti. Até o início de dezembro, serão divulgados os resultados do Diagnóstico de Enfrentamento com base nos cinco eixos do Plano de Contingência Estadual, que envolvem controle vetorial, vigilância em saúde, assistência ao paciente, gestão e ações de mobilização, comunicação e publicidade. A prioridade será para municípios já infestados ou com risco de infestação.

Programas municipais

As salas de situação municipais e estadual continuam em funcionamento. A rotina será a mesma deste ano. As salas municipais repassam as informações de casos e focos para a sala estadual, que repassa à sala nacional. Metas de fiscalização de cada município para o próximo ano ainda não foram definidas, mas a tendência é que se utilize o número de imóveis na área infestada como meta.

Nada de vacina

O Estado, por enquanto, não vai adotar a vacina contra a dengue. Em nota, a Dive-SC fala que segue a orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS), que não recomenda a utilização da vacina em populações com baixa prevalência da doença, como é o caso de Santa Catarina. “Diante disso, a Dive está aguardando novos estudos de eficácia e segurança do imunobiológico disponível atualmente, bem como a disponibilização de novas vacinas que estão sendo desenvolvidas e que se adaptem às necessidades da população catarinense”.

 

(Por Diário Catarinense)

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