Duplicação da Rodovia Antônio Heil, que liga Itajaí a Brusque, não tem data para conclusão

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Transitar pela Rodovia Antônio Heil, o trecho da SC-486 que liga Itajaí a Brusque, exige atenção dos motoristas. A obra de duplicação de aproximadamente 24 quilômetros tem frentes de trabalho por quase toda a extensão e em alguns pontos é possível identificar estruturas prontas ou em fase de conclusão. A movimentação, porém, engana quem imagina que a obra segue o ritmo normal. Além do atraso de quase um ano entre a assinatura da ordem de serviço e o início efetivo dos trabalhos, para o engenheiro fiscal da obra, Cléo Reis Quaresma, o andamento poderia estar mais acelerado:

— Essa obra já podia estar mais adiantada. O ritmo é bom, mas a empresa poderia equalizar um pouco mais o trabalho e colocar mais força.

A duplicação da rodovia é dividida em dois trechos. O primeiro, de 20 quilômetros, começa no entroncamento da BR-101 com a Antônio Heil, em Itajaí, e segue até o limite com Brusque, no bairro Limoeiro. Este pedaço faz parte do pacote de obras de infraestrutura do Pacto por Santa Catarina, programa do governo do Estado.

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O trecho de Brusque, com 3,2 quilômetros, é feito com recursos do ICMS da empresa Fischer S.A., repassados diretamente para a obra através de convênio assinado com o Estado.

Neste ponto, as obras estão adiantadas. A ponte que delimita o fim do trecho de duplicação, no bairro Santa Teresinha, já recebeu a primeira camada de asfalto e os trabalhos se concentram nos quatro viadutos no bairro Limoeiro, em frente a Fischer.

— Ali tem uma questão técnica da montagem (dos viadutos) pendente, mas dois já estão praticamente montados e dois nós ainda vamos montar — explica Quaresma, destacando que o trecho também deve receber em breve a segunda camada de asfaltamento, o que deixa a obra mais perto da conclusão na parte conveniada com a empresa.

Trecho do Estado mais lento

Nos 20 quilômetros sob o comando do Estado a obra segue mais devagar. Os dois grandes viadutos, um em frente a Epagri e outro no acesso para o terminal da Petrobras, ambos na Itaipava, têm frentes de trabalho. O primeiro está 82% concluído, segundo o engenheiro fiscal. As equipes atuam na pavimentação das marginais para, na sequência, iniciar a montagem da estrutura. O desvio é estreito no local e exige atenção e paciência dos motoristas, principalmente à noite, quando a sinalização é feita com pequenas lanternas. No segundo, 65% do viaduto foi executado, com reforço na estrutura e concretagem. A montagem também deve começar em breve.

A obra estadual tem dois pontos de atenção. O primeiro é a pavimentação. Com a demora no início dos trabalhos e as chuvas intensas que castigaram a região em 2015, o asfalto que já existia no eixo principal da rodovia se degradou mais do que o projeto previu, o que pode ocasionar problemas na nova pavimentação. Quaresma explica que a diretoria do Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra) está analisando a situação para definir o que deve ser feito:

— Se estivesse bom era só asfaltar em cima do trecho principal, mas o excesso de chuvas e o tráfego, o excesso de peso na rodovia, deixaram o o pavimento muito danificado.

O segundo impasse trata do trevo na BR-101. De acordo com Quaresma, a concessionária Autopista Litoral Sul, que administra o trecho da rodovia federal, estaria propondo alterações no projeto da obra que foi aprovado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e licitado, o que impossibilitou que as obras começassem no trevo. A discussão estaria ocorrendo entre a empresa e a presidência do Deinfra, mas o engenheiro não soube dar detalhes. A assessoria de imprensa do Deinfra também não soube esclarecer qual a situação atual do debate.

DIVISÃO DA OBRA

Primeiro trecho: Trevo da BR-101 a limite com Brusque
Extensão: 20 quilômetros
Valor: R$ 146 milhões
Origem do recurso: Financiamento com o BID

Segundo trecho: Limite entre Brusque e Itajaí até ponte no bairro Santa Teresinha
Extensão: 3,2 quilômetros
Valor: aproximadamente R$ 35 milhões
Origem do recurso: Isenção de ICMS via convênio da empresa Fischer S.A. com o governo do Estado

ENTENDA:

– A duplicação da Rodovia Antônio Heil é um pleito antigo de moradores e empresas da região.

– A obra foi incluída no programa Pacto por Santa Catarina, lançado em 2013, e recebeu financiamento do BID.

– A ordem de serviço para as obras foi assinada em 2 de julho de 2014, com prazo de 900 dias, cerca de dois anos e meio de trabalho, o que terminaria em janeiro de 2017.

– Faltando 15 dias para completar um ano da assinatura da ordem de serviço as obras começaram efetivamente, em 16 de junho de 2015. Apesar de a duplicação estar ocorrendo, engenheiro fiscal da obra, Cléo Reis Quaresma, prefere não estabelecer um prazo para a conclusão total. Segundo ele, será difícil cumprir o cronograma de trabalhos, considerando os atrasos no início das obras, as paralisações devido às chuvas de 2015 e 2016 e parte das desapropriações que ainda são necessárias. De acordo com a assessoria de imprensa do Deinfra, há 18 processos de desapropriação que ainda precisam ser concluídos, dos quais cinco devem ser judicializados.

Por Jornal de Santa Catarina

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