Economia de SC se recupera puxada por indústria

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Após um período de desempenho econômico claudicante, Santa Catarina finalmente consolida uma retomada. Embora diversos indicadores ainda estejam distantes dos níveis pré-crise, é inegável que, pouco a pouco, as engrenagens voltam a girar. Menos afetada pela recessão na comparação com outros Estados, SC se recupera numa velocidade maior do que a média nacional. O Índice de Atividade Econômica Regional do Banco Central (IBC), considerado uma prévia do PIB, cresceu 3,01% no Estado no primeiro semestre, enquanto em nível nacional o avanço foi de 0,14%.

A geração de empregos, um dos termômetros da economia, ajuda a construir o cenário de recuperação catarinense. No ano, foram criadas 29 mil vagas de trabalho formais no Estado, bem diferente do que se viu em 2016. Nesta mesma época no ano passado, 10 mil postos foram fechados, conforme o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Um dos motores dessa retomada é a indústria. Com impulsos importantes de metalurgia, alimentos e vestuário, a produção industrial catarinense avançou 3,7% até agosto no paralelo com 2016. No Brasil, a alta foi de 1,5%. Com produção maior, o segmento industrial voltou a empregar e é o líder no ano em geração de postos de trabalho com carteira assinada, responsável por 23,5 mil vagas criadas de janeiro a agosto. Mesmo as vendas industriais, que até julho apresentavam quedas, registraram em agosto um incremento de 0,5%.

A recuperação industrial, no entanto, ainda não foi suficiente para impulsionar outro setor. Em SC, os serviços – que respondem por mais da metade do PIB – acumulam queda de 3,3% na receita nominal nos 12 meses anteriores a agosto. Vão na contramão do país, que observou incremento de 0,6%, de acordo com dados do IBGE.

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— Os serviços dependem da recuperação da indústria e dos investimentos do governo. E a indústria ainda não teve um crescimento tão forte a ponto de movimentar logística, transportes e TI de forma intensa- explica o economista da Fecomércio-SC, Luciano Córdova.

O setor de serviços, contudo, é uma exceção no ambiente de recuperação de SC. Além dos indicadores da indústria, há outros que apontam para a superação da crise. A receita das exportações, por exemplo, cresceu 14%, e das importações, 22%. O varejo, fortemente afetado no ano passado, teve alta de 13,5% no volume vendido nos primeiros oito meses do ano e, com isso, SC é o Estado que lidera o aumento nas vendas varejistas no país.

Para a agropecuária é esperada uma produção maior de alguns produtos, como a soja. O Valor Bruto da Produção (VBP), contudo, deve ser inferior ao do ano passado, quando os preços pagos aos produtores catarinenses tiveram alta por conta da baixa produção na região Centro-Oeste do país.

Fonte: Diário Catarinense

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