Educação de BC gasta R$54 mil em revista inútil de “autopromoção”

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A Secretaria de Educação de Balneário Camboriú contratou no último mês de novembro, sem licitação, a produção de uma revista através da Editora Notícias do Dia, do grupo ND, gastando a bagatela de R$54.000,00.

A contratação que, teoricamente, seria para duas edições, contempla 4 mil exemplares da revista, divididas em duas edições de 2 mil cada. A justificativa da contratação sem licitação seria de que a revista seria a única “autorizada” a entrar nas escolas municipais no estado de Santa Catarina. Até ai, mais ou menos tudo bem.

Indo direto aos fatos, é necessário lembrar que o município tem uma rede com 14 mil alunos e 2 mil exemplares não dá nem para o cheiro. Sem contar que os exemplares foram distribuídos depois que as aulas terminaram e estão mofando nas unidades.

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Segundo que a justificativa de compra é muito específica no conteúdo da revista, mas na prática não foi o que aconteceu.

A justificativa diz: 

b) A revista traz o diferencial de registrar e publicar as formações continuadas dos profissionais da educação, que acontecem durante o ano letivo vigente.
c) Cumpre destacar, que a revista com publicações de matérias, artigos, projetos entre outros voltados para a temática da educação no formato impresso, também serão publicados artigos científicos para posterior pesquisa e estudos nas instituições educacionais pelos profissionais, conferindo maior qualidade aos serviços de informação documental e bibliográfica.

O que foi publicado: 

A revista é inteira direcionada a um evento do “Prêmio Profissional Transformador”. A própria capa fala isso “Cobertura completa”, muitas fotos, muitas mesmo, pequenos resumos dos projetos, a mais fotos, inclusive com poses, caras, bocas e tacinha de espumante de brinde. Parece caderno de coluna social.

A revista inteira cita o nome do prefeito somente para dizer que ele foi representado por Omar Tomalih (duas vezes), mas repete várias vezes o nome da secretária de Educação Marilene Cardoso, que faz pose para uma página inteira de entrevista. O mesmo se repete com as fotos em toda a revista, onde Marilene aparece nada menos que 21 vezes.

Sem contar as fotos de comissionados (equipe gestora), preenchendo a revista com muito “glamour” e pouco conteúdo didático.

A revista de 44 páginas tem 16 exclusivas para foto (pouco texto), 12 para falar resumidamente dos projetos e o resto muita encheção de linguiça para justificar os R$13,50 gastos para pagar cada exemplar.

Em resumo, é uma revista para fazer propaganda da gestão e não para divulgar trabalhos acadêmicos ou formações continuadas dos educadores. Obviamente o assunto está fervilhando nos bastidores, causando uma indignação gigante entre os servidores que fazem toda a maquina girar de verdade.

A pergunta que não quer se calar. O prefeito, que gosta tanto de controlar as coisas e ver as secretarias de perto, não fica sabendo dessas coisas?

Ou se ficou sabendo, não vai fazer nada a respeito, sendo cumplice desta picaretagem?

Dinheiro público sendo gasto para fazer autopromoção da secretária e sua gestão, fugindo totalmente do real entendimento sobre o princípio da publicidade descrito na Constituição Federal?

Parece que o barco está a deriva mesmo!


Educação de BC gasta R$54 mil em revista inútil de “autopromoção”
Poucas e Boas – Por Gian Del Sent

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