Em meio a crise, presidente da FECAM apela para mentira e discurso populista

(Foto: Salmo Duarte, Arquivo NSC)
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O prefeito de Araquari e presidente da FECAM, Clenilton Pereira (PSDB), adotou a teoria do “Se for cair, caio atirando” ao se posicionar sobre a crise que a entidade está enfrentando devido aos seus mandos e desmandos no estilo “dono do campinho”.

Em entrevistas, e até mesmo em vídeo postado nas mídias da entidade, ele passou a atacar os funcionários técnicos da entidade que ele mesmo demitiu, sem o consentimento dos demais membros, para dar lugar a seus apadrinhados políticos.

6 prefeitos já deixaram a executiva e a debandada deve ser ainda maior. Até o MPSC deve intervir na situação.

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POPULISTA

Além dos ataques, proferindo mentiras sobre a atuação dos funcionários técnicos, com anos de casa, o presidente ainda adotou o manjado discurso populista de “economia”, alegando que vai economizar 1,3 milhão de reais (sem apresentar os detalhes) e que estaria “cuidando do dinheiro”. Mas foi rápido em nomear compinchas com bons salários.

Ele não explicou também a contratação de CNPJs de gente bem conhecida, que deu até entrevista em nome da entidade.

Nessa brincadeira de “meu campinho”, Clenilton deixou 295 municípios desassistidos em diversas áreas que a FECAM dava suporte através dos mesmos técnicos que ele demitiu. Técnicos estes que passaram anos se especializando para isso. Alguns destes cargos, agora ocupados por amigos e até parente de uma deputada.

MENTIRAS

Mudando o teor da sua conversa a cada entrevista, uma das alegações é que ele chegou na FECAM e não havia pessoas trabalhando (em outra entrevista ele disse que as pessoas não trabalhavam/produziam). Mas a verdade é que todo mundo estava em home office desde março e de agosto pra cá trabalhando em regime de plantão. As postarias que determinavam isso, podem ser vistas AQUI e AQUI.

CABIDE

Um dos “chegados” que foi contratado pelo presidente da Fecam é o ex-vereador, e ex-candidato a vice-prefeito de Joinville, Rodrigo Fachini, como coordenador institucional. Cargo este que sequer existe no estatuto da entidade. O salário? O presidente diz que é 5 mil reais, mas não fala da comissão de 100% em cima do salário, totalizando 10 mil reais.

NOTA

Em seus devaneios Pereira tenta culpar um grupo de funcionários, que emitiram uma nota repudiando as falas e posicionamentos do presidente.(abaixo na íntegra) O MP também foi acionado, detectou as ilegalidades e vai pedir explicações ao presidente por suas decisões unilaterais. 

Pereira diz que não renuncia, pois afirma não estar fazendo nada de errado. Mas esquece que a FECAM não é a casa dele e ele não manda sozinho, por mais que tenha o cargo de presidente. Ações e decisões devem serem tomadas em conjunto, com diálogo e consentimento de todos. Esperamos que o MPSC tome uma atitude e os prefeitos de Santa Catarina tirem logo do poder o “paladino de araque”, de Araquari.

MANIFESTO DOS EX-FUNCIONÁRIOS FECAM

Em referência as informações repassadas no dia 10 de fevereiro de 2021 em vídeo no Instagram da Federação Catarinense de Municípios – Fecam, nós, os funcionários demitidos, temos a dizer que é extremamente preocupante que um presidente de uma instituição que representa 295 municípios catarinenses tente desviar a atenção dos seus próprios atos tentando atingir funcionários já demitidos. Primeiro porque esses motivos nunca nos foram apresentados, em nenhum momento. Em nenhum dos 20 dias de casa alguém da diretoria veio nos perguntar como funcionava o dia-a-dia do trabalho, quais projetos estavam em andamento, o planejamento para este ano ou o que esperavam do trabalho nessa nova gestão.

Segundo porque isso em nada justifica o fato de Estatutos e Normativas da entidade terem sido sumariamente ignorados para que as demissões e contratações ocorressem, motivo pelo o qual prefeitos membros do Conselho Executivo e Fiscal da FECAM renunciaram seus cargos. Inclusive há manifestação de prefeitos e antigos ex-presidentes falando da excelência do trabalho que prestamos por anos. O Estatuto desta entidade dispõe que demissões precisam ocorrer com aprovação do Conselho Executivo, o que não ocorreu.

Sobre ter pessoas trabalhando de casa durante os últimos meses, queremos lembrar que ainda passamos por uma pandemia e no momento mais crítico, que com a prorrogação do estado de calamidade pelo Decreto Estadual nº 1027/20 nos foi indicado o trabalho Home Office. Esse foi um período extremamente desafiador, ainda que em home office, estávamos em um momento que ainda perdura em que os municípios mais necessitavam de orientações e atenção do corpo técnico, o qual se dedicou exaustivamente. Apenas nós, demitidos, fizemos juntos mais de 390 horas extras entre março e julho, sem contar as diversas reuniões virtuais noturnas das quais nem foram contadas como trabalhadas – reuniões estas gravadas, com a participação de prefeitos, executivos de associações, consórcios públicos e servidores das mais diversas áreas. A partir do dia 28 de agosto retornamos o trabalho presencialmente em regime de escala, com cada colaborador atuando na sede duas vezes na semana de acordo com a Resolução no. 48/2020, o retorno integral presencial só ocorreu no dia 1º. de fevereiro, depois da Resolução no. 66/2021, e as demissões já ocorreram na sequência, dia 3.

Não podemos admitir que desmereçam o árduo trabalho que efetuamos enquanto colaboradores dessa entidade. Foram inúmeros presidentes, prefeitos e municípios que atendemos ao longo destes anos, pelos quais recebemos o reconhecimento de servidores municipais, Associações de Municípios, Consórcios, prefeitos e prefeitas que conhecem nosso esforço, dedicação e resultados, sem nunca termos sido atacados dessa maneira.

Lembramos ainda que a equipe da FECAM sempre foi extremamente enxuta, com apenas um técnico atuando em várias áreas, e isso valia para todos nós que fomos demitidos. Logo, não vemos como essas decisões podem melhorar o serviço ou gerar eficiência quando nos chegam relatos de quebras abruptas de atendimento em várias áreas.

Nos dedicamos imensamente a esta entidade nos últimos anos, colocamos todo nosso empenho, experiência, dedicação, alma e suor na causa municipalista, pedimos que a entidade seja tratada com consideração por sua história e que enquanto pessoas e profissionais sejamos respeitados pela contribuição e trabalho que exercemos fielmente a esta causa.

Izadora Queiroz de Melo
Jaqueline Domingues
Juliana Plácido
Letícia Póvoas
Magda Lemos
Natassha Moresco Maia


 

Em meio a crise, presidente da FECAM apela para mentira e discurso populista
Coluna Ácido Úrico – Por Gian Del Sent

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