Emasa faz retirada de barreiras colocadas por agricultores no Rio Camboriú

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A Empresa Municipal de Água e Saneamento (Emasa) de Balneário Camboriú, faz trabalho de retirada de barreiras no Rio Camboriú, que está muito baixo. A operação é resultado de decisão judicial de sábado (29), que proíbe a colocação de obstáculos no rio. Produtores de arroz botavam vegetação e pedras no local para desviar a água para as plantações.

Na tarde desta quarta-feira (2), o Rio Camboriú estava com 1,3 metro na área de captação. Se chegar a 80 centímetros, a captação precisa ser interrompida em Balneário Camboriú.

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Outras cidades da região também estão com problemas no abastecimento. Em Penha, a Associação de Moradores do bairro Praia Grande deve entrar com ação no Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) contra a Águas de Penha, empresa responsável pelo abastecimento.

“Prejudicou o turismo, o atendimento a serviços, toda uma estrutura da região. A gente tem uma praia que pretende ser Bandeira Azul e a gente não tem água nem para beber, nem para lavar as louças, nem para lavar o rosto, nem para tomar banho”, afirmou o presidente da associação, Gilberto Manzoni.

Em Bombinhas, uma adutora se rompeu no domingo (30) e até esta quarta havia bairros, como o Canto Grande, que não estavam recebendo água normalmente.

Em Navegantes, Gravatá é o bairro que está com mais problemas no abastecimento. Por causa do alto consumo, a água está vindo com baixa pressão e, por isso, não está chegando até as caixas d’água. Os bairros Meia Praia e Centro também estão com o mesmo problema

Penha

Alguns bairros de Penha não recebem água há cinco dias, como a pousada de Marcia da Silva. Ela tem feito manobras para os hóspedes não desistirem de ficar no local. “Eles estão pagando a diária para ter falta de água? É um absurdo isso! Nós estamos tendo um prejuízo enorme no comércio”, indigna-se.

Na sexta (28), a empresa Águas de Penha, responsável pelo abastecimento, mandou um caminhão-pipa com 5 mil litros para a pousada. Mas isso é quase nada para essa época do ano.

Diante dessa dificuldade, toda a água na pousada é aproveitada. A que sai do ar-condicionado, por exemplo, é usada na limpeza. E as toalhas são lavadas à mão em bacias.

O abastecimento está comprometido em três bairros de Penha: Praia Grande, São Miguel e Gravatá. Nas casas, os moradores pagam caro pelo caminhão-pipa.

“Meus pais ontem [terça], junto com a minha irmã, compraram um caminhão-pipa para fazer o abastecimento porque não tinham nem mais água para lavar louça, tomar banho, essas coisas”, disse Dirlene Souza, moradora do bairro Praia Grande.

“Este ano, está pior. Nos outros anos, falta, não sobe na caixa, mas sempre tem água na rede, de noite chega água. Este ano não tem nada, secou tudo”, lamentou Maria da Silva Pinheiro, moradora do mesmo bairro.

A concessionária responsável disse que o movimento acima do esperado dificultou o abastecimento. Mas ainda há outro problema: apesar do serviço ser municipalizado, a cidade ainda compra água da Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan)

“Nós fizemos melhorias na distribuição de água, nos poços, a gente tem poços aqui, aumentamos a vazão dos poços. Mas o que precisa mesmo é ter um sistema mais robusto de produção e tratamento de água”, afirmou o presidente da Águas de Penha, Carlos Roma. Esse sistema independente deve comecar a ser feito no final desse ano.

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