Embarques de carnes de SC para Rússia e Ucrânia estão paralisados

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A Federação da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina (Faesc) informou nesta segunda-feira (7) que agroindústrias do estado aguardam definições sobre pagamentos e forma de envio de carne catarinense para a Rússia e Ucrânia. Enquanto isso, cerca de 2 mil toneladas de aves e suínos estão parados em armazéns de empresas, em portos ou em navios. A medida ocorre por conta da guerra na região do Leste Europeu.

De acordo com o vice-presidente da entidade, Enori Barbieri, entre as razões da espera para os embarques estão a limitação das atividades nos portos russos e ucranianos por causa da guerra, o bloqueio de empresas portuárias na Rússia, e a dúvida indefinição de como os compradores poderão pagar pelos produtos.

No fim de fevereiro, a Rússia foi excluída do sistema bancário internacional Swift. Com isso, o sistema digital conecta bancos de todo o globo não está mais funcionando no país. Segundo Barbieri, a China poderá ser uma negociadora das transações comerciais.

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“É um momento delicado de aguardo e de indefinição. E saber quando isso vai acabar, porque terá consequências”, disse.

Jorge Luis de Lima, gerente Executivo do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados de Santa Catarina (Sindcarne), também afirma que o momento é de espera. Segundo ele, a instabilidade por conta dos bloqueios regionais feitos pela Otan e pelos países da Europa na Rússia não dá segurança para que as cargas sejam enviadas.
Conforme a entidade, ainda é cedo pra fazer uma estimativa sobre perdas. No entanto, se a guerra persistir por mais de 30 dias, o impacto em Santa Catarina poderá ser de 5% do volume total exportado.

“Temos que lembrar que é uma região bastante produtora de suínos, a própria Ucrânia é um produtor de suínos, e um grande produtor de grãos. É o que o Brasil também necessita na parte de alimentação dos animais. Contudo, ainda que não recebamos grãos deles, isso impacta fortemente no preço do milho na Bolsa de Chicago”, disse.

Em função do conflito, também estão suspensos os embarques de fertilizantes vindos da Rússia e Ucrânia. Por causa da guerra, os fertilizantes estão com preços muito elevados e o principal motivo é a alta do dólar.
No entanto, a Faesc acredita que o impacto da produção catarinense por conta dos produtos deve ser menor. Desde o início do ano, produtores catarinenses já buscavam outros mercados internacionais para a compra dos insumos.

G1 SC

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