Entenda melhor o alargamento da Praia Central de Balneário Camboriú: veja perguntas e respostas

Alargamento de Praia Central — Foto: Prefeitura de Balneário Camboriú/Divulgação
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Matéria do G1 SC trouxe com detalhes perguntas e respostas sobre o alargamento da Praia Central de Balneário Camboriú.

O assunto bombou nas redes sociais e na internet nos últimos dias e a falta de conhecimento tem feito muita gente dar opiniões equivocadas sobre a obra. Confira detalhes e tire suas dúvidas.


Entenda sobre o processo de alargamento da praia de Balneário Camboriú: veja perguntas e respostas

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O cenário modificado pela obra de alargamento da Praia Central de Balneário Camboriú, no Litoral Norte, tem gerado discussões e chegou a viralizar nas redes sociais. Iniciado em março deste ano, o trabalho começou a chamar a atenção após a fase de trabalhos com uma draga.

Para tirar as dúvidas, o G1 reuniu algumas perguntas sobre o processo de ampliação, Confira:

  1. Qual o objetivo da obra?
  2. Quando a obra começou?
  3. Houve autorização para a obra?
  4. Qual o valor da obra?
  5. Quando a obra fica pronta?
  6. Qual o impacto ambiental da obra?
  7. É normal que conchas apareça na faixa de areia?
  8. A obra é feita para acabar com o sombreamento da praia?
  9. Por que a cor da areia está escura?
  10. Quanto metros foram alargados em uma semana?
  11. A ampliação da faixa de areia fez subir os preços dos imóveis?

Qual o objetivo da obra?

A obra tem por objetivo passar a faixa de areia de atuais 25 metros, em média, para 70 metros. Segundo a prefeitura, o trabalho vai permitir, além da proteção da orla contra o avanço das marés, a criação de espaços privilegiados para os moradores e os visitantes. Espaços ao ar livre para esporte, lazer, uma nova ciclovia, paisagismo diferenciado, serão instalados futuramente.

Quando as obras começaram?

A obra de alargamento da Praia Central foi iniciada em 16 de março de 2021, com a chegada dos primeiros tubos que transportam a areia dragada até a orla da praia, segundo a prefeitura. Em 22 de agosto, a chegada de uma draga de transporte da areia até a orla deu início a uma nova etapa dos trabalhos.

Tubulação no mar da Praia Central, em Balneário Camboriú, para obra de alargamento da faixa de areia — Foto: Kattiúcia Villain/Divulgação
Tubulação no mar da Praia Central, em Balneário Camboriú, para obra de alargamento da faixa de areia — Foto: Divulgação

Houve autorização para a obra?

A Comissão Central de Licenciamento Ambiental do Instituto do Meio Ambiente (IMA) aprovou em 15 de dezembro de 2020 a Licença Ambiental de Instalação (LAI) para as obras de alargamento da faixa. Com o documento, a prefeitura conseguiu assinar a ordem de serviço.

Qual o valor da obra?

A obra vai custar R$ 67 milhões. Os trabalhos são feitos por um consórcio de duas empresas, a brasileira DTA Engenharia e a belga Jan De Nul, vencedor da licitação realizada pelo município.

Quando a obra fica pronta?

Segundo a prefeitura, a obra deve ficar pronta até o final de outubro ou início de novembro.

Qual o impacto ambiental da obra?

Segundo a secretária do Meio Ambiente Maria Heloísa Furtado Lenzi, os impactos da obra na cidade são temporários. Ela cita, por exemplo, o ruído causado pelos trabalhos, ou plumas de sedimentos, que ocorre quando se mexe no fundo oceânico.

“São impactos temporários que, assim que a atividade parar de acontecer, os impactos param também. Então a grande maioria dos impactos negativos são temporários e que podem ser mitigados”, explica.

É normal conchas aparecerem na faixa de areia?

De acordo com Maria Heloísa, o aparecimento das conchas ao longo da praia é previsto e ocorre por conta do trabalho da draga, que retira sedimentos de dentro do mar para compor a faixa de areia. Chamados de “biodetritos”, eles são sobras de moluscos, crustáceos e fazem parte do ciclo oceânico.

Conchas em Balneário Camboriú — Foto: NSC
Conchas em Balneário Camboriú — Foto: NSC

Segundo o professor de Ecologia e Oceanografia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Paulo Horta, o fenômeno precisa ser monitorado para dar segurança ao ambiente e à população, sob risco de desequilíbrio ambiental.

“Além destes invertebrados, o monitoramento deve considerar a saúde de peixes, briozoários, algas, bem como a segurança alimentar de pescados ou frutos do mar. A dragagem revolve o sedimento e pode expor poluentes diversos, como metais pesados. Em elevadas concentrações, esses metais se concentram em peixes e moluscos, podendo representar risco para a saúde humana”, disse o professor.

A obra é feita para acabar com o sombreamento da praia?

Apesar de existir a expectativa de que o sombreamento seja resolvido, esse não é o objetivo da obra. Segundo Maria Heloísa Furtado Lenzi, secretária de Meio Ambiente de Balneário Camboriú, os trabalhos vão permitir a reestruturação costeira e recuperação da vegetação de restinga.

“Essa obra está diretamente relacionada com o aumento do nível do mar, com o aumento da quantidade de ressacas que vem acontecendo. Está relacionada com a proteção costeira. O que você está fazendo ali é protegendo a infraestrutura”, explica.

Por que a cor da areia está escura?

A cor da areia está mais escura do que a normalmente vista na faixa de areia das demais praias da região. Segundo a secretária, isso ocorre por que os sedimentos são retirados da jazida molhados.

“Nesse primeiro momento ela vem escura porque está molhada, ela está compactada, você está passando maquinário. Conforme o sol vai incidindo sobre ela, a água vai evaporando e a vai ficar mais solta e ela começa a clarear”, disse a secretária.

Quanto alargou em uma semana?

Segundo Maria, a intenção da prefeitura é fazer uma média de 100 metros de cumprimento por dia. Até está segunda-feira (30), foram feitos 500 metros

A ampliação da faixa de areia fez subir os preços dos imóveis?

O Conselho Regional de Corretores de Imóveis de Santa Catarina (Creci/SC) afirmou que o preço do metro quadrado da cidade já está subindo. “A valorização imobiliária em Balneário Camboriú é uma das maiores do Brasil. Agora sim mais do que nunca. A visibilidade da cidade hoje é mundial”, afirmou o delegado do Creci/SC na região de Itapema, Antônio Mielezarski da Silva.

“As construções estão cada vez mais de altíssimo padrão e as construtoras sempre buscando o melhor para seu público”, completou o delegado do Creci/SC.

A observação sobre o aumento dos preços também foi feita pelo especialista em investimentos imobiliários e consultor Renato Monteiro, da Sort Investimentos. Ele afirma que, em ao menos três lançamentos, os apartamentos estão sendo oferecidos por preços que chegam a R$ 42 mil o metro quadrado. O valor representa quase 10% de aumento.

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