Um crime de estupro voltou a ser comentado, após o apresentador Tiago Pavinatto ser demitido da Jovem Pan, nesta semana. Pavinatto atacou o desembargador Airton Vieira que votou pela absolvição de um fazendeiro acusado de ter cometido o crime contra uma adolescente de 13 anos e depois ter se recusado a fazer uma retratação ao vivo.
O caso de estupro aconteceu em fevereiro de 2011 em Pindorama, São Paulo. O fazendeiro, cujo nome não foi revelado, foi flagrado em cima de uma caminhonete com a vítima de 13 anos e uma outra adolescente de 14 anos. As duas teriam sido pagas para ter relações sexuais com o idoso.
Inicialmente, o fazendeiro havia sido condenado, em primeira instância, a oito anos de prisão, mas, após recorrer, foi absolvido por maioria dos votos. De acordo com o que foi divulgado na época, a defesa do idoso alegou que a jovem era garota de programa e que o réu não sabia que se tratava de uma menor de 18 anos.
O argumento usado pelo TJ para a absolvição foi que era “crível” que o homem, na época com 76 anos, poderia ter se enganado sobre a idade da vítima. Durante a decisão, que ocorreu em 2014, o desembargador Airton Vieira era relator do processo e votou a favor.
A absolvição gerou revolta nos órgãos que defendem os direitos das crianças na cidade. Na época, o Conanda (Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente) publicou uma nota em repúdio: “O acusado cometeu crime de violação dos direitos da criança e deveria ser punido por isso. Houve exploração sexual, o que é crime hediondo. O acusado deveria ter sido condenado de forma exemplar”.
Comentários de Pavinatto
Durante a apresentação do programa Linha de Frente da Jovem Pan, o apresentador Tiago Pavinatto chamou o desembargador de “vagabundo e tarado”. Pouco antes do fim, a direção da emissora havia pedido uma retratação, e, ao vivo, Pavinatto afirmou que não faria.
“A direção da casa está pedindo uma retratação ao desembargador Airton Vieira, e eu não vou fazer, tá? Eu deixo claro aqui: eu não vou fazer uma retratação pra uma pessoa que ganha dinheiro público, livra um pedófilo e ainda chama a vítima, de 13 anos de idade, de vagabunda. Eu me nego a fazer”, declarou Pavinatto.
Após a repercussão, em nota, a Jovem Pan confirmou que demitiu Pavinatto e o comentarista Rodolfo Mariz, que chorou ao vivo enquanto comentava o caso. Em seu perfil no Twitter, disse que não tinha sido demitido e que jamais pediria desculpa por se “revoltar”.
“Disse, com paz de espírito, que preferia perder o contrato a perder a decência”, publicou.
Via Portal Terra