A fabricante das lendárias guitarras elétricas Gibson declarou falência nesta terça-feira (1º), mas apresentou um plano de continuidade comercial que foi aceito pela maioria de seus credores.
A tentativa de diversificação da Gibson com sistemas de áudio para o grande público em geral, por meio de sua filial Gibson Innovations, teria resultado nessa situação extrema.
Esta estratégia começou em 2014 com a compra da empresa de entretenimento holandesa Philips por US$ 135 milhões.
O grupo finalmente decidiu recuar e se concentrar nos instrumentos musicais e nos sistemas profissionais de sonorização, de acordo com comunicado divulgado nesta terça (1º).
Além disso, a Gibson Brands, empresa controladora das guitarras Gibson, chegou a um acordo de reestruturação com os detentores de 69% dos títulos totais com vencimento em 1º de agosto e receberá um crédito de US$ 135 milhões.
“Esse processo será praticamente invisível para os clientes, que continuarão a se beneficiar de um produto e de um atendimento ao cliente inigualáveis”, garantiu o CEO da Gibson Brands, Henry Juszkiewicz, citado no comunicado.
Patronos do rock
O grupo produz, entre outros, o famoso modelo de guitarra Les Paul, foi fundado em 1902 e agora tem sua sede em Nashville, um dos lugares emblemáticos da música nos Estados Unidos para o rock, blues e country.
Entre as estrelas que deixaram sua marca, fazendo música com guitarras Gibson, estão B.B. King, Keith Richards (Rolling Stones), Jimmy Page (Led Zeppelin) e muitos outros.
Em 2016, uma Gibson Dove de Elvis Presley que ele ganhou de presente em 1969 foi leiloada por US$ 334 mil.
Em 2015, um modelo que John Lennon adorava e utilizou para compor canções dos Beatles como “She loves you” e “All my loving”, foi vendido por US$ 2,4 milhões.
A Gibson Brands também possui os pianos Baldwin, criados em 1862 e adotados por vários grandes nomes como Igor Stravinsky, Leonard Bernstein, Ray Charles e Dave Brubeck.
Juszkiewicz e o presidente da empresa, David Berryman, controlam juntos cerca de 85% do capital da Gibson Brands, de acordo com documentos apresentados nesta terça-feira em um tribunal especializado de Delaware.