Florianópolis é a capital brasileira com maior taxa de detecção de Aids

Publicidade

Capital subiu uma posição em relação ao ano passado; maioria dos casos de Aids é registrado em homens negros jovens; neste domingo (1) é o Dia Mundial de Luta contra a Aids

Florianópolis é a capital brasileira com a maior taxa de detecção de Aids a cada 100 mil habitantes. O índice, que foi de 57,0, está no último boletim sobre a doença divulgado pelo Ministério da Saúde na quinta-feira (28). No levantamento, Santa Catarina também registra números acima da média nacional em detecção.

Contudo, a Capital não registra altos índices de mortalidade causada pela doença. Entre as capitais, Florianópolis aparece em 19º com índice de 8,1. O resultado expõe o desafio que a cidade enfrenta em relação aos novos casos da doença. Mesmo tratando os doentes, não se consegue evitar que a Aids se espalhe.

Publicidade

“As pessoas têm que imaginar que isso pode acontecer com elas”, comenta a infectologista Aline Vitali Grando. Segundo ela, as pessoas estão se contaminando cada vez mais jovens sem fazer uso das profilaxias que ajudam a se proteger do vírus HIV.

Aline, que é médica infectologista da DIVE/SC (Diretoria de Vigilância Epidemiológica), alerta para a falta de conhecimento acerca dos métodos de prevenção combinada. Entre eles está a utilização do preservativo masculino ou feminino em todas as relações sexuais. O uso previne não só o HIV como também outras infecções sexualmente transmissíveis como sífilis, hepatite e gonorreia.

Além disso, a PEP (Profilaxia Pós-Exposição ao HIV) é uma medida de prevenção de urgência à infecção pelo HIV, hepatites virais e outras IST (Infecções Sexualmente Transmissíveis), que consiste no uso de medicamentos para reduzir o risco de adquirir essas infecções.

Já os testes rápidos são realizados nas unidades de saúde, sem a necessidade de estrutura laboratorial, com a coleta de uma gota de sangue da ponta do dedo ou através da saliva. O resultado sai em, no máximo, 30 minutos.

A cara da Aids

Em 2018, entre os meses de janeiro e outubro, foram notificados 1.703 novos casos de infecção por HIV em Santa Catarina. No mesmo período de 2019, esse número foi de 1.648, sendo que a faixa etária mais acometida é de jovens adultos com idade entre 15 e 34 anos. Os homens são maioria, representando 75% do total de casos.

No Brasil a Aids é maior entre jovens na faixa dos 20 e 34 anos, com percentual de 52,7%. Entre estes, homens formam a maior parte. O Boletim do Ministério da Saúde apresenta ainda que 49,7% eram negros, com ensino médio completo (20,7%).

O que é a Aids?

A Aids é uma doença causada pelo vírus HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana). Ele ataca o sistema imunológico, uma barreira compostas por células responsáveis pela defesa do organismo contra doenças. Quando uma pessoa é infectada pelo vírus, essa defesa vai se tornando menos eficaz.

Esse vírus é capaz de alterar o DNA das células e fazer cópias de si mesmo. Mesmo com tratamento oferecido gratuitamente pelo SUS, a Aids é uma doença grave e letal. Estima-se que no Brasil 135 mil brasileiros vivem com HIV e não sabem.

Publicidade