O governador Pinho Moreira (MDB) descartou o uso de forças federais em Santa Catarina contra o protesto dos caminhoneiros no estado. No início da tarde, o presidente Michel Temer anunciou que usaria desse recurso para desobstruir estradas e pediu para que os governadores fizessem o mesmo.
“Santa Catarina não precisa. Não vamos usar, não vamos solicitar”, disse Moreira em entrevista coletiva concedida na tarde desta sexta-feira (25) em Florianópolis. O governador declarou que, por ora, os trabalhos serão feitos pela Polícia Militar.
Durante a entrevista, o governador falou em usar o diálogo com os manifestantes para negociar a passagem de materiais essenciais. Moratelli enumerou como “transporte de extrema necessidade” o encaminhamento aos municípios de combustível para a saúde e segurança pública, gás a hospitais, ração animal e medicamentos.
O secretário da Defesa Civil afirmou que, até 17h45, os caminhoneiros protestavam em 164 pontos de estradas no estado. Havia só um ponto de bloqueio, mas que o local deve ser liberado em breve.
Em Santa Catarina, 254 dos 295 municípios relataram problemas de abastecimento de combustíveis. Como houve picos de demanda nos postos de combustíveis e supermercados, isso dificultou que o estado pudesse estocar esses insumos.
O secretário acredita que durante o final de semana haverá diminuição da intensidade do movimento grevista. Porém, caso esse cenário continue, poderá haver problemas no transporte escolar na segunda (28).
Sobre escoltas para transportar os materiais essenciais, o secretário de Estado da Segurança Pública, Alceu de Oliveira, afirmou que foram feitas em torno de 16. Porém, o governo disse que nem todas serão divulgadas.
Agricultura
O secretário de Estado da Agricultura, Airton Spies, falou sobre os prejuízos nessa área por causa da greve. “É o setor mais impactado porque depende muito de transporte, trabalha com produtos perecíveis. A falta de ração é a nossa maior preocupação, por isso iniciamos o gabinete de crise na terça [22]”, declarou.
A secretaria está atenta à questão da biossegurança. “A falta de ração e a fome dos animais podem levar a problemas de mal-estar animal, canibalismo e morte de animais. Em Santa Catarina, não tivemos mortalidade por falta de ração”, afirmou o secretário.
Spies disse que há uma negociação das empresas com o movimento grevista para que levar os alimentos aos animais. Também há preocupação com a falta de insumos para fabricar a ração e com o transporte de leite, que, em alguns casos, precisa ser descartado.
Fonte: G1