Governador Moises pede que empresários anunciantes “calem” a imprensa

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O governador Carlos Moisés disse nesta sexta-feira, dia 8, em uma live para um público selecionado de empresários reunidos pelo Lide, grupo de líderes empresariais criado pelo atual governador paulista João Dória Jr. (PSDB), que a imprensa é uma das culpadas pelas mazelas do governo do Estado.

Moisés justificou as medidas que vêm sendo tomadas em Santa Catarina para enfrentar a pandemia do coronavírus e defendeu seu governo no episódio da polêmica compra de 200 respiradores por R$ 33 milhões. Na fala sobrou até para a imprensa do Estado.

Aos empresários reunidos virtualmente, Moisés admitiu que a operação foi realizada quando vivia momento de “verdadeiro desespero” com a necessidade de ampliar a capacidade de atendimento de UTI no Estado já com as restrições ao convívio social impostas e com o temor de que a importação de respiradores da China não fosse possível.

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Moisés não só critica a imprensa como pede para que os empresários boicotem os veículos de comunicação de Santa Catarina, deixando de publicar anúncios publicitários.

“Liberdade de imprensa é uma coisa e o que estão fazendo hoje aqui em Santa Catarina (é outra). E os senhores podem me ajudar muito, fica meu apelo. Em todos esses veículos de comunicação os senhores têm propaganda, comerciais, vendem seus produtos”.

Moisés também criticou a cobertura realizada pela imprensa catarinense ao caso, em tom de desabafo. Chegou a sugerir aos empresários que pressionassem os meios de comunicação usando a condição de anunciantes para garantir, nas palavras dele, “um recado muito claro de um jornalismo decente que tem que ser praticado, responsabilizar esses veículos”.

Parafraseando o texto do Deputado Ivan Naatz em sua página no Facebook, fica o recado ao governador Moisés.

“É graças à imprensa catarinenses que os escândalos de superfaturamento e compras estão sendo compartilhados com toda a sociedade.
A imprensa cumpre seu papel constitucional de informar, investigar e denunciar. Sem imprensa forte, comprometida e livre não há democracia plena.”

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